Durval Silva é bisneto do engenheiro-chefe da ferrovia Frederic Mens. Foto: Angelo Baima/PSA
Durval Silva é bisneto do engenheiro-chefe da ferrovia Frederic Mens. Foto: Angelo Baima/PSA

Uma visita especial, com lembranças dos tempos de criança. Foi assim o passeio de Durval Genofre Coelho da Silva pela Vila de Paranapiacaba. O aposentado, de 81 anos, é bisneto de Frederic Mens, engenheiro-chefe da ferrovia que viveu entre 1911 e 1940 na casa do alto da colina, onde hoje é o Museu Castelo.  

Durval da Silva visitou os principais pontos turísticos de Paranapiacaba acompanhado da família. “Essa visita está sendo uma experiência sensacional. É o lugar onde eu passei o melhor tempo da minha vida, dos 2 aos 12 anos. Então vivi intensamente essa Vila. Vivi a serra, o grupo escolar, os amigos, a mata, o jogo de futebol todo domingo no Serrano Athletic Club. Era muito gostoso. Mesmo a gente tendo aula todo dia, parecia que era férias. Eu senti muito quando mudei para Santo André, não tinha amigo, não tinha mata, não tinha nada. Hoje pra mim é um dia especial”, disse Silva, que não visitava Paranapiacaba há 20 anos.

A visita foi fruto de um desejo manifestado por Silva para a família, que o acompanhou durante o dia todo pelas vielas da Vila Inglesa. Além da esposa, Juranda Silva, também participaram do passeio o filho de Durval, Jamir Silva, com sua filha Giovana, bem como a filha de Silva, Jessamine Franz, com o marido Alexandre Franz, e a filha do casal, Vitória Franz, com o marido Matheus Lima e o neto Gabriel Franz.

A programação incluiu os principais pontos da vila histórica, começando pela Igreja do Senhor Bom Jesus de Paranapiacaba, passando pelo Centro de Visitantes, o antigo mercado, o Centro de Documentação e Arquitetura em Urbansimo (CEDARQ), a Casa da Família Ferroviária e, principalmente, o Museu Castelo.

Família de Durval Silva. Foto: Angelo Baima/PSA

“A visita dos descendentes diretos do engenheiro Frederic Mens simboliza um resgate da história recente do nosso País, da Vila de Paranapiacaba e de todo o desenvolvimento tecnológico e know-how trazido pelos ingleses à cidade de Santo André, desde sempre uma terra de vanguarda. Uma família muito querida e sempre bem-vinda em solo andreense”, disse o secretário de Meio Ambiente, Fabio Picarelli.

Durante o passeio, Silva pode encontrar  fotos antigas onde reconheceu  sua família, um quadro com a pintura do rosto de sua bisavó no Museu Castelo e ainda passou pelo local onde estava a casa onde morou,  antes de se mudar para Santo André. A casa não existe mais, pois o imóvel estava condenado, segundo Silva, devido ao fato de ter sido construído sobre pedras. Ele confessa que não conseguiu segurar a emoção ao se lembrar dos tempos de menino, quando sentia o cheiro de pão fresco, e que depois de ir buscar o pão, trazia as unidades todas sem miolo. “Meu pai brigava sempre”, contou.

“Ver o local onde eu morei realmente me deu muita saudades. Aquele foi um momento muito gostoso da vida. Hoje a vida é outra, a própria Vila também mudou. Naquela época não havia turismo na Vila. Hoje, quando escuto falar de Paranapiacaba, é por causa do turismo, das trilhas. E isso mostra o que é mais importante: a Vila vive. A gente sente que ela está viva, mesmo que grande parte das famílias da minha época não esteja mais aqui. Tenho aqui meu bisavô e bisavó enterrados. É um lugar pelo qual eu tenho muito carinho”, concluiu Durval da Silva.