Na época da Páscoa, Professor de Química Michel Arthaud, da Plataforma Professor Ferretto, desmistifica essa pergunta- Crédito: Canva

No próximo domingo (31), celebra-se a Páscoa, festividade na qual, tradicionalmente, se presenteia amigos e familiares com ovos feitos de chocolate. Segundo levantamento recente feito pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), o consumo per capita de chocolates no Brasil aumentou de 3,6 kg em 2022 para 3,9 kg, em 2023.

Com a alta do consumo deste alimento, surge a questão: o chocolate vicia? De acordo com o docente de Química da Plataforma Professor Ferretto, Michel Arthaud essa dúvida de muitos brasileiros não passa de um mito. “O chocolate tem diversas substâncias químicas, mas ele não vicia”, conta o professor.

Mas, afinal, o que faz o chocolate ser tão prazeroso? De acordo com o docente, a composição do chocolate tem elementos como a feniletilamina, também conhecida como ‘hormônio da paixão’. “Esta substância estimula a liberação de dopamina, apresentando semelhanças com a anfetamina em sua ação, o que explica a capacidade de gerar uma sensação de bem-estar. Surpreendentemente, pesquisas até sugeriram que cientistas estavam investigando essa substância em busca de uma ‘droga do amor'”, explica Arthaud.

Além disso, o chocolate contém teobromina e cafeína, que são estimulantes. “São substâncias ótimas para o corpo, mas, claro, em quantidade moderada, o consumo excessivo pode causar malefícios”, alerta o docente. Outro elemento presente no doce é o ácido oxálico, “Esse ácido ‘rouba’ o cálcio presente no nosso organismo, mas como é uma quantidade pequena, não faz mal” , explica.

O chocolate também pode ajudar no controle das taxas de colesterol, por conta dos flavonóides, que estão em sua composição. “É uma substância antioxidante, que protege o organismo de diversas ações” , conta.

“O último elemento que compõe o chocolate é a anandamida, que curiosamente age no nosso cérebro do mesmo modo que a maconha, mas como também é em baixa quantidade, não é algo viciante”, finaliza o professor de Química.