Primeiro musical de Oswaldo Montenegro estreia em versão digital, com cadeirantes e deficientes visuais no elenco. Arte: Divulgação/PSA
Primeiro musical de Oswaldo Montenegro estreia em versão digital, com cadeirantes e deficientes visuais no elenco. Arte: Divulgação/PSA

A educação inclusiva está presente em Santo André. Na cidade, cerca de mil alunos com deficiência estudam na rede municipal de ensino e contam com atendimento especial e de qualidade. Como forma de reflexão sobre a inclusão em sua totalidade, estudantes, seus familiares e professores, irão acompanhar de forma virtual nesta terça-feira, 22/06, a estreia do musical “João sem Nome”, encenado pela Oficina dos Menestreis, com a participação de cadeirantes e deficientes visuais no elenco.

“Crianças e adolescentes com deficiência merecem receber atendimento especializado. A Secretaria da Educação de Santo André cumpre essa missão com muito empenho e dedicação, com um serviço extremamente estruturado, construído historicamente por muitos educadores da própria rede, ciente de que todos são capazes de aprender e se desenvolver”, destaca a secretária de Educação, Cleide Bochixio.

Participarão da iniciativa alunos e professores da Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos, Educação Inclusiva e Educação Física, por exemplo. A apresentação do musical nesta terça, às 21h, com intérprete de Libras, será através do canal da Oficina dos Menestreis no YouTube (youtube.com/OficinadosMenestreisOficial) por conta dos protocolos de segurança e das restrições sanitárias.

Este é o primeiro musical assinado pelo cantor e compositor Oswaldo Montenegro e tem a direção e concepção de Deto Montenegro. De acordo com a Cia Mix Menestreis, o elenco com mais de 15 atores, sendo set pessoas com deficiência, dará vida aos personagens e canções de maneira online, transformando cada apresentação numa ocasião especial.

Para Deto Montenegro este novo formato trouxe algumas particularidades que não seriam possíveis nas montagens tradicionais. “A decisão de se montar o espetáculo de maneira online fez com que ganhássemos muito pela beleza. Tivemos uma inesperada renovação, já que cada integrante do elenco tem o seu próprio cenário, sua própria luz, seu próprio ângulo, sua própria fotografia, seu próprio enquadramento”, destaca o diretor.

Alguns trechos da versão online contarão com cenas gravadas da primeira temporada do espetáculo, em 2019, com público, no Teatro União Cultural. 

História

“João sem Nome” foi criado em 1975, durante o auge da ditadura militar e, com trechos proibidos pela censura, inicialmente foi dirigido por Hugo Rodas, coreógrafo e diretor uruguaio, que influenciou muito a estética de Oswaldo Montenegro nos musicais.

Trata-se de uma peça de temática nordestina, que fala da ânsia de querer ir embora e da ilusão que existe nisso, como retratado no poema “Metade” que, por exemplo, mostra a ilusão criada pela mídia, de que nas grandes cidades todos irão se dar bem.