Além de documentos, família do médico que dá nome ao museu entregou quadros e a primeira bandeira da cidade. Foto: Angelo Baima/PSA
Além de documentos, família do médico que dá nome ao museu entregou quadros e a primeira bandeira da cidade. Foto: Angelo Baima/PSA

A família de Octaviano Armando Gaiarsa, que dedicou sua vida à medicina e a outras importantes atividades em Santo André, doou ao município diversos objetos relacionados à história andreense. Entre os itens estão a primeira bandeira da cidade, de 1972, quadros pintados por Gaiarsa e outros documentos.  

Após a conservação e higienização, os materiais serão catalogados e passarão a integrar o acervo municipal do Museu Dr. Octaviano Armando Gaiarsa, cujo nome é um reconhecimento ao legado e dedicação do médico a Santo André.

Segundo a museóloga Mayra Gusmán de Souza, responsável pelo museu da cidade, a entidade já havia recebido a doação de outros materiais pelo próprio Gaiarsa e por familiares. Com o falecimento de sua esposa Judith, a família decidiu então entregar estes objetos para integrar o acervo do museu.

Um dos itens doados ao museu, a primeira bandeira de Santo André foi produzida após estudo de reformulação dos símbolos municipais realizado pelo próprio Octaviano Armando Gaiarsa a partir de 1969. Após a aprovação do estudo, em 1972, a Câmara Municipal encaminhou a providenciou a bandeira a partir de desenho de Gaiarsa e posteriormente o presenteou com o exemplar.

Filho do Dr. Octaviano, Cláudio Gaiarsa com as obras que foram doadas para o Museu. Foto: Angelo Baima/PSA

O museu recebeu ainda cerca de 50 quadros pintados pelo médico e alguns documentos relacionados a compras e serviços realizados por ele na cidade. Entre eles, os relacionados aos equipamentos adquiridos para o consultório médico particular instalado na década de 1930.

Ainda de acordo com a museóloga Mayra de Souza, trata-se de um material importante, como no caso dos quadros, pintados pelo próprio Gaiarsa. “Deste modo fechamos um ciclo. O Gaiarsa doou muitos materiais, como as fotografias de sua autoria que registram o desenvolvimento da cidade. Estes objetos que recebemos agora nos permite identificar um outro lado do personagem que dá nome ao nosso museu. Não o médico, o fotógrafo ou o servidor público, mas sim o lado artístico”, disse. Ela destaca ainda a importância da percepção da família ao entregar este importante acervo para a cidade.

Perfil – Filho de italianos que chegaram à cidade no final do século XIX, Octaviano Armando Gaiarsa nasceu no então distrito de Santo André, que pertencia a São Bernardo, município que abrangia toda a região do atual ABC, em 10 de julho de 1911. Em 1929 tornou-se bacharel em Ciências e Letras pelo Lyceu Coração de Jesus, em São Paulo. Três anos mais tarde ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde formou-se em 1937. Dedicou-se, então, à sua clínica particular, em Santo André, por mais de 30 anos.

Octaviano Armando casou-se com Líbia Fernanda Gambini em 1938. Tiveram dois filhos: Angelo e Maria do Carmo, que faleceu precocemente. Líbia faleceu em 1949. Em 1950 casou-se com Judith Martins, com quem teve quatro filhos: Fábio, Cláudio, Lucas e Caio.

Além da medicina, Gaiarsa dedicou-se a várias atividades, sempre em Santo André, onde foi vereador entre 1948 e 1951. No ano seguinte passa a integrar o quadro de funcionários da Prefeitura de Santo André, onde atuou na área da Saúde e Assistência Social até 1974.