Plano de conscientização e treinamento de funcionários busca evitar aumento na emissão de resíduos infectantes em meio à pandemia. Foto: Divulgação/FMABC
Plano de conscientização e treinamento de funcionários busca evitar aumento na emissão de resíduos infectantes em meio à pandemia. Foto: Divulgação/FMABC

O Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), em Santo André, acaba de receber, pela segunda vez consecutiva, o Prêmio Amigo do Meio Ambiente, concedido anualmente pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo às organizações que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS) em âmbito nacional e que se destacaram por iniciativas de proteção ao meio ambiente e sustentabilidade. A premiação ocorreu durante a 13ª edição do Seminário Hospitais Saudáveis (SHS), este ano transmitida virtualmente entre os dias 7 e 10 de dezembro devido à pandemia de Covid-19.

O trabalho “Impacto da pandemia do Covid-19 na geração de resíduos no Centro Universitário FMABC” conquistou a premiação máxima do evento com o trabalho de conscientização implementado após análise comparativa e proporcional do índice de geração de resíduos infectantes observado nos períodos entre janeiro e setembro de 2019 e 2020. No ano passado, 20% do total de resíduos gerados no campus eram de origem infectante, considerando os grupos orgânico, reciclável, químico e perfurocortante. No mesmo período deste ano, o índice subiu para 27%, o que corresponde ao acúmulo de 16 mil kg. A alta é motivada pela quantidade de exames de Covid-19 realizada desde março no Laboratório de Análises Clínicas da FMABC, responsável pela análise diária de cerca de 900 amostras vindas de pacientes de 10 cidades da Região Metropolitana de São Paulo. Apenas no período mencionado foram feitos quase 77 mil exames no Laboratório da FMABC, onde atuam 350 funcionários diretos.

O estudo gerou ação imediata e a criação de um cronograma de visitas técnicas nas áreas geradoras de resíduos infectantes, com objetivo de impedir o aumento do indicador e promover a conscientização entre colaboradores assistenciais e administrativos. A iniciativa foi denominada Diálogos Semanais de Sustentabilidade (DSS), com foco na orientação contínua sobre o descarte adequado de resíduos e a prevenção aos riscos de contaminação.

Os colaboradores de cada setor do campus universitário passarão a receber, a partir de janeiro de 2021, treinamento periódico com orientações sobre como cada tipo de resíduo deve ser segregado, instruções sobre pesagem diária, além de serem informados sobre o alto custo do tratamento, a destinação final dos resíduos e os riscos ambientais da prática do descarte incorreto. Também serão criadas novas normatizações em relação à rotina do manejo de todos os tipos de resíduos gerados no campus, inclusive com fiscalização do cumprimento das atividades pertinentes ao Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde (PGRSS).  As ações serão coordenadas pelo supervisor de Meio Ambiente da FMABC, Danilo Correa Cordeiro.

A prática de gerenciamento dos resíduos de forma adequada busca aumentar a vida útil dos aterros sanitários; preservar a saúde pública e os recursos naturais; reduzir custo com o tratamento e destinação final dos resíduos infectantes e educar e conscientizar funcionários do campus sobre o descarte correto dos resíduos.

MAIS RESULTADOS

Apesar do aumento no índice de resíduos infectantes, a queda geral na emissão de resíduos foi expressiva em comparação aos dois períodos: 31,8 mil kg deixaram de ser gerados no período (de 90,6 mil para 58,8 mil, considerando todos os tipos de resíduos). A queda é motivada por fatores como o início do período de quarentena no Estado de São Paulo; a suspensão das aulas presenciais no campus; redução substancial da quantidade de atendimentos e consultas no Ambulatório de Especialidades da FMABC, além da implantação de regime de home office para cerca de metade dos 1.160 funcionários da FMABC.

Na edição de 2019 do Seminário Hospitais Saudáveis, a FMABC conquistou pela primeira vez o Prêmio Amigo do Meio Ambiente após implantação de projeto que alcançou economia de R$ 67 mil com o custo do tratamento de resíduos infectantes entre os anos de 2017 e 2018 no campus universitário.