Realizar planejamentos e análises é essencial para abrir o próprio negócio. Foto: Divulgação
Realizar planejamentos e análises é essencial para abrir o próprio negócio. Foto: Divulgação

Em março e abril, início da pandemia no Brasil, 1,1 milhão de vagas com carteira assinada foram fechadas. Somado os empregos formais com os informais, a taxa de desemprego chegou ao recorde de 12,6%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Muitos desses brasileiros que ficaram desempregados enxergam no empreendedorismo o caminha para se reerguer. Todavia, não analisam o momento da vida que estão, se estão com equilíbrio emocional para aguentar esse período pouco previsível que estamos, e se estão dispostos a analisar bem o negócio/franquia antes de investir o aporte que tem. É preciso uma análise interna, antes de investir em um negócio próprio ou em um modelo de franquia”, explica Thaís Kurita, advogada especializada em franchising da Novoa Prado advogados.

De 55 países analisados pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgado em 2020 com dados de 2019, o Brasil está entre os dez primeiros países onde a falta de emprego é o que impulsiona o brasileiro a empreender.

Portanto, somado o medo com o desemprego a números recordes e a necessidade de empreender por sobrevivência, Adriel Braga, Gerente de expansão do CEBRAC e Thaís Kurita, listaram 5 dicas para que as pessoas não caiam em armadilhas no investimento do seu negócio/franquia nesta pandemia. Confira:

1) Se atente a COF (Nova Lei de Franquia de Março de 2020): Caso você opte por investir em um modelo de franquia, pesquise o segmento que deseja e leia todas as COFs (Circular de Ofertas) de cada uma delas. A nova lei de franquia traz mais transparência a dados que antes ficavam apenas no contrato. Entre elas, multas, contatos de franqueados existentes e que já saíram do modelo de negócio, qual o valor do aporte necessário, projeções de faturamento, e etc. “Leia, fale com franqueados, e analise bem várias opções antes de optar por uma franquia”, aconselha Kurita.

Desemprego tem feito com que as pessoas se interessem por abrir um estabelecimento próprio.
Foto: Divulgação/ Banco de imagens Freepik

2) Analise o suporte da franqueadora e/ou estude bem como operar um negócio caso não opte por franquia: Em um momento tão instável como atual, aconselhamos ao indivíduo a optar pelo modelo de franquias, por ser um modelo já testado e que já passou por outras crises políticas/econômicas no país. Entretanto, é preciso analisar desde o estudo do ponto até o treinamento que terá. No CEBRAC (Centro Brasileiro de Cursos), por exemplo, temos a Unicebrac que é uma verdadeira universidade para treinar novos franqueados e colaboradores. “Pesquisar qual suporte terá antes, durante e após a compra da franquia é essencial para o sucesso”, esclarece Adriel Braga, Gerente de expansão do CEBRAC.

3) Respeite o seu emocional: Esse conselho parece óbvio, isso porque na circular de oferta há dados importantes como a operação da franquia. Se é necessário trabalhar aos finais de semana, carga horária exigida para o negócio operar bem, dedicação necessária desse franqueado no operacional, entre outros. Por isso, a importância desse candidato avaliar a sua vida. “Estou em uma fase que posso me dedicar 100% ao negócio?! Devo ter sócio?! Tenho equilíbrio para abrir um negócio no meio da pandemia?! São aspectos essenciais a serem avaliados antes de investir as suas economias em um negócio”, evidencia a advogada.

4) Pondere se está disposto(a) a mudar de cidade: Há muitos candidatos a franqueados que na ânsia de ter um negócio lucrativo acreditam que lidaram bem com o fato de mudar de estado e/ou região. Há muitos praças no interior com potencial para crescimento e perspectiva de qualidade de vida e lucratividade, porém somado a esses aspectos positivos vêm os ônus do início de qualquer negócio. Que são: a dedicação full time ao negócio, ficar longe de amigos e familiares, e etc.

“Portanto, o candidato deve ponderar se tem estrutura mental/emocional para esta fase. Os ganhos surgem e não demoram dependendo da franquia. No CEBRAC, por exemplo, a margem de lucro pode chegar a 25% do faturamento bruto. Estamos falando de 40 mil reais mensais dependendo da praça. Logo, analisar o momento da vida atual, se compensa investir em mais de um negócio para se manter na cidade de origem e/ou mudar de local é importante para o sucesso do empreendedor”, explica Braga.

5) Fuja da promessa de lucros imediatos: “Seja no mundo do franchising ou fora dele não acredite em milagres. O valor do aporte que você fará no negócio será proporcional ao projetado para o lucro. Logo, distribua bem os recursos financeiros que possui e não coloque todos no mesmo negócio. Lembre-se da reserva de emergência e do conselho tão antigo das nossos avós: não coloque todos os ovos na mesma cesta. A lei é diversificar”, finaliza a advogada especializada em franchising.