Durante abertura da mostra, área foi nomeada como Centro Cultural Antonio Chiarelli, em homenagem ao patriarca do teatro no ABC. Foto: Angelo Baima/PSA
Durante abertura da mostra, área foi nomeada como Centro Cultural Antonio Chiarelli, em homenagem ao patriarca do teatro no ABC. Foto: Angelo Baima/PSA

Na noite desta sexta-feira, 10/12, Santo André realizou a abertura do 49º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, no Salão de Exposições do Paço Municipal. Até o dia 24 de fevereiro o público poderá conferir 70 obras, entre fotografias, pinturas, vídeos, gravuras e outras linguagens.

O prefeito Paulo Serra esteve na abertura do evento e destacou a importância da tradicional mostra como símbolo de superação. “A cultura sofreu muito com a pandemia e agora estamos fazendo um grande esforço para recuperar os prejuízos que o setor sofreu. A abertura do Salão de Arte simboliza mais um passo na retomada da normalidade”, afirmou.

A mostra nacional anual de arte recebe obras de todo o Brasil. Neste ano, foram 611 inscrições, número recorde que reflete sua importância e reconhecimento. Passaram para a segunda fase 64 artistas. Na etapa final, 29 foram selecionados para participar da exposição, sendo três andreenses (Sheyla Ayo, Alan Oju e Jacque Jordão). Destes 29 escolhidos, 18 são mulheres e 11 homens. Foram contemplados sete artistas com Prêmio Aquisição, uma com Prêmio Estímulo e três Menções Honrosas do júri.

Prefeito Paulo Serra esteve no local prestigiando as obras. Foto: Angelo Baima/PSA

Antonio Chiarelli

O evento de abertura do 49º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto marcou também a nomeação de Centro Cultural Antonio Chiarelli à área que compreende o Anfiteatro Heleny Guariba, Espaço Theatrvm Café e Bar, Teatro Municipal Antonio Houaiss, Bilheterias e Salão de Exposições.

“Esse momento é muito especial e oportuno, porque estamos em um Centro Cultural que completou 50 anos em 2021, homenageando ao pioneiro do teatro na região e abrindo o Salão de Arte Contemporânea. É motivo de celebração”, afirmou a secretária de Cultura, Simone Zárate.

Considerado patriarca do teatro no ABC, Chiarelli nasceu em 1909 na cidade de São Paulo, participou da criação do grupo de Teatro Aurora na capital e mudou-se para Santo André em 1936. Em 1945, conheceu Hortência Sanches e a família Gardezani, que o levaram para a Escola de Teatro do Clube da Rhodia e também a montar o primeiro espetáculo, ‘O Diabo Enlouqueceu’.

Em 1953, Chiarelli montou a SCASA, da qual era diretor artístico. Para o lançamento, foi convidado o casal Paulo Goulart e Nicette Bruno, que encenou ‘Ingênua até certo ponto’ no Cine Teatro Carlos Gomes. A sociedade cultural funcionou na Escola Industrial ‘Professor Júlio de Mesquita’ até que, em 21 de maio de 1962, em um terreno alugado na esquina da Rua Coronel Alfredo Fláquer com a Rua Francisco Amaro, foi inaugurado o Teatro de Alumínio. Este local é considerado primeira casa de espetáculos do ABC.

“O vô Toninho morreu quando eu tinha apenas três anos. Consigo lembrar apenas das tardes engraçadas que tínhamos, e do velório, realizado aqui nesta casa. A história de sua trajetória foi sendo contada para nós com o passar dos anos, enchendo de orgulho suas quatro netas e três bisnetos”, contou Vanessa Chiarelli Schabbel, neta de Antonio Chiarelli, que esteve presente no evento.

Chiarelli chegou a participar como ator do espetáculo ‘A Guerra do Cansa Cavalo’, de Osman Lins e produzido pelo GTC (Grupo de Teatro da Cidade), para a inauguração do Teatro Municipal de Santo André.

Além de referências artística e histórica, o Teatro de Alumínio e Antonio Chiarelli revelaram grandes nomes do teatro nacional e da televisão, como Sônia Guedes, Antônio Petrin, Osley Delano e Analy Alvares, entre outros. Chiarelli faleceu no dia 18 de maio de 1981, aos 72 anos.