A retomada das aulas presenciais pode ser segura, garante especialista, se forem adotadas medidas de saúde e seguidas à risca as diretrizes dos protocolos sanitários, para não expor estudantes, professores e colaboradores aos riscos de contágio. Foto: Divulgação
A retomada das aulas presenciais pode ser segura, garante especialista, se forem adotadas medidas de saúde e seguidas à risca as diretrizes dos protocolos sanitários, para não expor estudantes, professores e colaboradores aos riscos de contágio. Foto: Divulgação

 O governo de São Paulo confirmou que a partir desta quarta-feira, 07, as instituições de ensino do Estado poderão retomar as aulas presenciais. Ainda assim, durante o anúncio, ficou estabelecido que caberá aos municípios a decisão de acompanhar o cronograma estadual. Na capital paulista, a Prefeitura confirmou o retorno também para o dia 07, com atividades extracurriculares, como atividades físicas, aulas de idiomas e música.

Em todo o Estado, são mais de 3,5 milhões de estudantes na expectativa de voltar às salas de aula e estabelecer contato presencial com colegas e professores, após sete meses de distanciamento. Para muitos, este pode ser o indício de um retorno à normalidade, mas ainda há quem esteja cauteloso e questionando se esta seria a opção mais adequada.

Consultado sobre o assunto, o médico Alex Galoro, Gestor do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica, explica que as escolas desempenham um papel importante no desempenho educacional, bem-estar e saúde dos alunos, mas agora é fundamental que as autoridades de cada município façam análises criteriosas do cenário atual para garantir a proteção de todos os envolvidos nesta retomada. “É um passo muito importante que estamos dando nesta retomada das atividades. Mas é fundamental que o trabalho seja conduzido de forma conjunta, planejada e estruturada, para evitar a disseminação do SARS-CoV-2. O mais importante é que todas as medidas protejam alunos, professores e funcionários e garantindo ambientes de aprendizagem saudáveis”, explica.

Segundo o especialista, à medida que as escolas começam a reabrir suas portas pais, responsáveis ​​e cuidadores vão precisar avaliar vários fatores para tomar a decisão de voltar às salas de aula. “Há diversos fatores a levar em consideração, que vão além do ensino. Como será o acesso à merenda escolar e ao transporte, por exemplo? Como será o apoio socioemocional de colegas e educadores? É um passo importante a ser dado, mas é preciso cautela”, pondera o especialista.

O médico reitera ainda que pais, responsáveis ​​e cuidadores devem pesar todos os riscos relativos à saúde nesta etapa. “É fato que além da casa da criança, nenhum outro ambiente exerce mais influência na saúde e qualidade de vida da criança do que a escola, que é onde ela tem acesso à educação, desenvolve suas habilidades sociais e emocionais, mas ainda é tudo muito novo. Ainda há muito o que se conhecer sobre esta doença. Então, o mais importante nesta tomada de decisão é que os gestores analisem muito cuidadosamente como desenrolar este processo da melhor forma possível, aliando segurança, prevenção e educação”, destaca.

A volta às aulas em todo o país

No Brasil, além de São Paulo, Espírito Santo, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Santa Catarina e Piauí, já decidiram retomar as aulas presenciais. Rio de Janeiro, Alagoas, Maranhão, Goiás, Paraná, Bahia, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Ceará, Sergipe, Paraíba, Roraima e Tocantins ainda não há definição. Já no Distrito Federal, Acre e Rio Grande do Norte não há retorno este ano.

No Piauí, a questão está no âmbito judicial. A justiça emitiu liminar favorável para a volta às aulas presenciais, para os estudantes do 3º ano do ensino médio a partir do próximo dia 19. Polêmica também no Amazonas, onde as aulas foram retomadas em agosto, mas novos casos da doença, provocaram a interrupção das atividades, que já foram retomadas em todo o Estado.