Parceria inédita na região pretende oferecer mais controle quanto à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida e reaproveitamento de um produto. Foto: Divulgação/Semasa
Parceria inédita na região pretende oferecer mais controle quanto à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida e reaproveitamento de um produto. Foto: Divulgação/Semasa

Para ampliar os índices de reciclagem e fortalecer o processo de logística reversa em Santo André, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), a Cetesb e a USP – por meio da Escola Politécnica – assinaram um protocolo de intenções para implantação de um projeto piloto que pretende mapear a quantidade, o peso e tipo de embalagem de resíduos recicláveis que são produzidas e comercializadas no município.

A iniciativa, que também tem apoio do Consórcio Intermunicipal ABC, do Conselho Municipal de Política Urbana, da Associação Amigos da Poli e do GS1, é inédita e pioneira na região e foi intitulada de ‘Recicla Santo André’.

Por meio da entidade RECICLA, a ideia é desenvolver uma tecnologia de rastreabilidade e big data que permita acompanhar o ciclo de vida das embalagens recicláveis, agregando todas as informações ao Cadastro Nacional de Produtos.

Meu Condomínio Recicla é uma das ações ambientais da cidade. Foto:  Divulgação/Semasa

“Com essa iniciativa, Santo André terá uma importante ferramenta de controle dos produtos gerados no município, que servirá, inclusive, para a tomada de decisões que visam melhorar a gestão de resíduos sólidos e o reaproveitamento desses materiais”, explica o prefeito Paulo Serra.

A partir da assinatura do termo de cooperação, o próximo passo é operacionalização da tecnologia que será usada, em um primeiro momento, junto aos resíduos provenientes dos mais de 300 condomínios de Santo André que fazem parte do projeto Meu Condomínio Recicla, promovido pelo Semasa.

“A ideia é que, futuramente, o município possa ofertar uma espécie de desconto na Taxa de Coleta para os munícipes que efetivamente participem da reciclagem e da separação de resíduos, a partir da adesão à tecnologia. Além disso, esse piloto visa reduzir a contaminação dos resíduos, já que os recicláveis serão acondicionados em bags próprios e garantir ao setor empresarial a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto, de acordo com as melhores práticas de gestão ambiental”, diz o superintendente do Semasa, Gilvan Junior.

Responsabilidade compartilhada

A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece a responsabilidade compartilhada entre todas as partes – empresas, poder público e população – para que a gestão ambiental ocorra de forma eficiente, garantindo o desenvolvimento sustentável das cidades.

Ao permitir a rastreabilidade das embalagens recicláveis, a iniciativa andreense visa estimular o desenvolvimento do mercado para a produção e consumo de produtos derivados dos materiais reciclados e recicláveis. “De forma direta, também contribuímos para que estes materiais secos cheguem às cooperativas de reciclagem parceiras de Santo André, aumentando a renda dos cooperados”, explica o diretor de resíduos sólidos do Semasa, Edinilson Ferreira dos Santos.

Ainda, a PNRS indica a necessidade de que as partes promovam o aproveitamento dos resíduos sólidos, direcionando-os para a cadeia produtiva, reduzindo os passivos ambientais, o desperdício de materiais e a poluição do meio ambiente.