Médico explica a importância de realizar exames e o tratamento adequado. Foto: Divulgação

Duas importantes datas celebradas no mês de maio têm o objetivo de conscientizar e alertar as mulheres sobre os cuidados com a saúde. São elas: o Dia Internacional da Luta contra a Endometriose (7 de maio) e o Dia Mundial do Câncer de Ovário (8 de maio). 

De acordo com o ginecologista Cláudio Hypólito, do Hospital Santa Casa de Mauá, durante a pandemia muitas mulheres deixaram os exames periódicos em segundo plano, mas algumas doenças ginecológicas são silenciosas e o diagnóstico precoce contribui para o sucesso do tratamento.

Hospital Santa Casa de Mauá. Foto: Divulgação

No caso da endometriose, o endométrio (mucosa que reveste a parede interna do útero) cresce para fora do órgão e atinge cerca de 15% das mulheres em idade reprodutiva, segundo a Associação Brasileira de Endometriose. Estima-se que pelos menos 7 milhões de mulheres sofram com a doença no País e cerca de 180 milhões no mundo todo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A doença é inflamatória e parte das células do endométrio não eliminada migra no sentido oposto e cai nos ovários, cavidade abdominal e pode até invadir bexiga e intestino. Entre os sintomas estão cólicas intensas, inchaço abdominal, dores nas relações sexuais, menstruação irregular e dificuldade para engravidar. 

O diagnóstico pode ser feito por exame pélvico, ultrassonografia, ressonância magnética e videolaparoscopia. Conforme o caso, o tratamento será cirúrgico ou medicamentoso com hormônios.

De acordo com o especialista, embora não seja possível prevenir o aparecimento da endometriose, alguns hábitos reduzem o risco. “Diminuir o estresse, aumentar o consumo de alimentos ricos em ômega-3, como o salmão e óleo de linhaça são indicados”, orienta.

Câncer de Ovário

A segunda data conscientiza sobre o câncer de ovário, um dos mais letais e silenciosos tumores ginecológicos. Os sintomas só aparecem quando a doença já está instalada e podem ser confundidos com outras patologias. Entre as principais causas estão a idade, obesidade, histórico familiar de câncer e mutações nos genes.

Os sintomas mais característicos são dor, aumento do volume abdominal, prisão de ventre, alteração da função digestiva e massa abdominal palpável. O diagnóstico pode ser feito pela medição do marcador tumoral sanguíneo, ultrassonografia pélvica, laparoscopia com biópsia do tumor – que também permite observar se há comprometimento de outras regiões e órgãos. 

O tratamento tem início logo após se estabelecer qual o grau da doença. Em estágio inicial é recomendado quimioterapia ou radioterapia e cirurgia, que consistirá na retirada do útero, ovário, trompas, cadeias de drenagem linfática e as estruturas comprometidas pelo tumor. Em casos avançados, o objetivo é aliviar os sintomas e controlar o progresso do tumor, aumentar a taxa de sobrevivência e, de acordo com o quadro da paciente, a remoção agressiva de todos os tumores visíveis.

“A prevenção é sempre o melhor tratamento. Por essa razão, é importante sempre consultar um ginecologista, controlar o peso e evitar alimentos gordurosos, pois estudos indicam relação entre esse câncer com obesidade e alto consumo de gordura. No caso de reposição hormonal, é importante respeitar os retornos ao médico”, orienta o ginecologista Cláudio Hypólito.