O aposentado Vanderlei Moreira da Silva, 72 anos, morador da Vila Vivaldi é um dos 66.314 pacientes recuperados da Covid-19 desde o início da pandemia. Embora estivesse com 50% do pulmão comprometido, Silva permaneceu 11 dias na enfermaria respirando com auxílio de oxigênio. Mesmo com a melhora clínica, a sua oxigenação permaneceu baixa. O fato de ter sido fumante por 55 anos agravou sua situação e, por essa razão, acabou tendo sequelas da doença.
A inclusão de Silva no tratamento do pós-Covid foi solicitada pelos médicos do Hospital de Urgência (HU), onde o aposentado ficou internado. Por ter a oxigenação baixa, o aposentado foi inserido no Programa de Oxigenoterapia Domiciliar Prolongada e na reabilitação pulmonar. Depois do pedido médico feito pelo hospital, a equipe do programa avalia o encaminhamento e parâmetros da gasometria e realiza visita domiciliar técnica para verificação das condições necessárias para instalação do equipamento com segurança. Com a prescrição e gasometria arterial dentro dos parâmetros do protocolo da Secretaria de Saúde, é realizada a instalação do equipamento.
Depois de sanadas as partes burocráticas, o paciente recebe um kit para o tratamento: um concentrador, que pode ser usado por 24 horas, e fica ligado na tomada e com rodinhas, o que dá mobilidade para circular pela casa; um cilindro de 4 m³ de backup, caso haja problemas com o fornecimento de energia elétrica, e um cilindro de 1 m³, apelidado carinhosamente de “cachorrinho”, que deve ser usado para locomoção, como consultas médicas e realização da fisioterapia respiratória.
“Com os programas de oxigenoterapia e fisioterapia respiratória, melhorei muito. Quando ficava deitado, a minha oxigenação era normal, acima de 90%, como de qualquer pessoa. Se levantava e circulava pela casa, caía para 83%. Depois do início dos tratamentos, hoje consigo circular pela casa por até 1 hora, sem precisar usar o oxigênio”, disse Silva.
A Prefeitura de São Bernardo sempre dispensou oxigenoterapia domiciliar para pacientes com indicação clínica. Há dois anos, criou o Programa de Oxigenoterapia Domiciliar Prolongada com equipe multiprofissional que acompanha e monitora todos os pacientes. A exemplo da fisioterapia e reabilitação respiratória, o Programa de Oxigenoterapia Domiciliar Prolongada é voltado para pacientes com doenças pulmonares crônicas, como enfisema, bronquite crônica, asma e fibrose pulmonar. Com a pandemia de Covid-19, acolheu pacientes com sequelas da doença.
A fisioterapeuta Nadine Machado, que coordena a iniciativa, afirmou que grande parte dos pacientes com sequelas pós-Covid consegue se recuperar em até três meses. “Durante o tratamento, acompanhamos de perto o nível de oxigenação no sangue. No caso de Vanderlei, que é ex-fumante, os valores aceitáveis são acima de 90%. Ele está há mais de um mês fazendo os tratamentos e já consegue fazer atividades normais. Esses pacientes têm apresentado grande melhora e tem alta de oito a 12 semanas. Depois disso, recomendamos que continuem a fazer a atividade física regularmente”, disse.
Para pacientes com sequelas da Covid-19, além da fisioterapia, reabilitação pulmonar e da Oxigenoterapia Domiciliar Prolongada, a Prefeitura de São Bernardo oferece serviços de reabilitação motora, neurológica e fonoaudiológica, no Centro Especializado de Reabilitação (CER IV).