Segundo a Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar, desde 2004, o número de pacientes do sexo feminino que fizeram cirurgia para restauração capilar no mundo aumentou 24%. Sendo que as mulheres constituem 14,2% por cento de todos os pacientes de restauração capilar. O assunto chamou atenção no último mês, após a cantora sertaneja Maraisa, da dupla com Maiara, revelar que tem alopécia androgenética. Dados da Academia Americana de Dermatologia (AAD) apontam que a alopécia, caracterizada pela redução total ou parcial de cabelos em alguma região da cabeça, atinge mais de 2 bilhões de pessoas no mundo, sendo que mais de 100 milhões são mulheres.
O cirurgião plástico e especialista em transplante capilar, Cleber Stuque, explica que nos homens geralmente a causa é genética, já nas mulheres a origem da alopécia androgenética é diversa. “Pode ser genética também, mas é preciso investigar outras causas como fatores hormonais, deficiência de vitaminas ou nutricionais, problema na tireoide ou no ovário, algum tipo de mioma ou sangramento excessivo. Nas mulheres a gama de causas que podem provocar a queda capilar é muito maior que nos homens”, ressalta.
O médico informa que nos últimos anos tem percebido um aumento no número de mulheres que procuram o transplante capilar ou o tratamento clínico para tentar evitar a queda capilar, ou sua redução. “Vários fatores influenciam neste crescimento, pois hoje em dia o ritmo de vida das mulheres mudou. Elas possuem muitos distúrbios hormonais, sejam eles causados por má alimentação, estresse ou por problemas inerentes ao próprio organismo”, explica ele. “Por todos esses fatores, durante a pandemia a busca cresceu cerca de 40% também”, completa o especialista.
Comportamento
Cleber Stuque revela ainda uma mudança comportamental ao longo dos últimos anos, a de ter mais atenção consigo mesmo. “Atualmente as pessoas têm se cuidado mais. No passado a calvície era um tabu para as mulheres, as quais tentavam disfarçar a queda capilar com um penteado, por exemplo. Hoje não, elas nos procuram porque querem tentar diminuir a queda e até para analisar a possibilidade de um futuro transplante”, detalha. Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar (ISHRS), o número de transplantes capilares realizados no mundo subiu 76% entre 2006 e 2014. Já no público feminino cresceu 20%, entre 2004 e 2012.
O cirurgião plástico salienta que a forma de prevenção é procurar auxílio médico para realizar uma investigação diagnóstica. “É preciso analisar se existe alguém na família que é calvo, se já teve ou ainda tem problema com calvície. Se não tiver, deve-se encontrar o que está causando a queda capilar e tratar a origem da questão primeiro, caso contrário não irá resolver o problema da calvície”, finaliza o especialista.