As mudanças no cardápio dos alunos com menos de 3 anos de idade buscam conter o crescente aumento da obesidade na primeira infância - Foto Alexandre Yort / PMSCS

A Secretaria de Educação de São Caetano do Sul adotou uma importante medida em favor da saúde das crianças da cidade: os alunos menores de três anos estão recebendo uma alimentação mais natural e nutritiva na merenda. No lugar de açúcar e alimentos ultraprocessados, entram frutas e leite.

“Estamos seguindo recomendações do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para as crianças pequenas de até 3 anos, cujo objetivo é fornecer uma merenda mais nutritiva e adequada a essa faixa etária, prevenindo a obesidade infantil, que tem crescido assustadoramente. Essas mudanças estão alinhadas com os princípios que norteiam nossas políticas públicas voltadas à primeiríssima infância. Estamos cuidando de nossas crianças na sua integralidade”, enfatiza a secretária municipal de Educação, Minéa Fratelli.

Segundo a nutricionista Rose Fiorotti, responsável pelo Setor de Alimentação Escolar da Secretaria Municipal de Educação, não foi difícil para a rede municipal de ensino se adaptar às notas técnicas nº 1894784 e 1879810, do Ministério da Educação, que recomendam as mudanças. “Apenas retiramos o pão com creme vegetal (margarina) e biscoito, acrescentando mais frutas na alimentação das crianças”. O cacau, sem açúcar, já substituía os achocolatados açucarados nas escolas da rede.

OBESIDADE INFANTIL

As mudanças no cardápio dos alunos com menos de 3 anos de idade buscam conter o crescente aumento da obesidade na primeira infância, problema que repercute na saúde da pessoa ao longo de toda a vida.

De acordo com a Nota Técnica nº 1894784, do PNAE, os riscos de desenvolvimento de comorbidades e outras doenças associadas à obesidade aumentam quanto mais cedo a criança adquirir sobrepeso, comprometendo a qualidade de vida em curto, médio e longo prazo. Crianças com obesidade aos 2 anos apresentam 75% de chance de serem adultos obesos aos 35 anos.

Estudo revelou que uma em cada dez crianças acima de 5 anos estão acima do peso- Foto Alexandre Yort / PMSCS

“Devido ao processo inflamatório sistêmico que o excesso de gordura corporal leva, a obesidade vem sendo associada a doenças como hipertensão arterial sistêmica, osteoartrite, doença renal crônica, doença arterial coronariana, doenças hepáticas não alcoólicas e câncer, dentre outras”, destaca a Nota.

Uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde – Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2019) – revelou que uma em cada 10 crianças brasileiras de até 5 anos está com o peso acima do ideal, e uma em cada 5 está na zona de risco de sobrepeso.  E como o estudo considerou indicadores de 2019, anteriores à pandemia de covid-19, os especialistas têm certeza de que a situação é ainda mais preocupante.