O criador de conteúdo e empresário, Felipe Neto, Gabi Oliveira, criadora do canal Depretas e Aline Midlej, âncora do jornal na Globonews, participaram hoje do painel “Fake News na pandemia: um vírus que se espalha”, apresentado pela VIU Hub na 6ª edição do YOUPIX Summit, principal evento da América Latina que discute a indústria dos creators.
Felipe Neto abriu a conversa falando que o primeiro passo no combate das fake news não é falar sobre a quantidade que vem sendo propagada e sim sobre a articulação do ódio por trás. “As pessoas que produzem e propagam fake news acham que estão tão bem intencionadas na visão que elas têm do Brasil que elas intencionalmente começaram um plano, por meio dessas notícias mentirosas, destruir a reputação daqueles que se colocam no caminho desse plano ideológico para “salvar” o Brasil. Antes de debater a quantidade de fake news, a gente precisa debater o que configura a fake news e a articulação do ódio e não pura e simplesmente a notícia errada”, comentou.
Para Aline Midlej, as fake news atualmente atendem a uma lógica de mercado. “As fake news se tornaram mercadoria valiosa, há uma rede de fake news acontecendo no mundo todo. Essa profissionalização tem tornado os efeitos delas ainda mais danosos, não só para reputação das pessoas, mas para a nossa capacidade de existir e resistir democraticamente.
A jornalista acredita que o jornalismo profissional hoje é uma das principais ferramentas de combate às fake news, porque esses profissionais da imprensa estão do lado da sociedade. “As fake News não são produto do jornalismo profissional. Existe um comprometimento individual que tem a ver com a coesão social em torno desse problema e o trabalho da grande imprensa, que também vem sendo muito atacada nesse contexto das fake News”.
O impacto das fake news nas minorias com a desarticulação dos movimentos sociais é um dos principais pontos de atenção para Gabi Oliveira. “As pessoas se sensibilizaram ao saber da morte da Marielle e quando as pessoas se sensibilizam o mais comum é que elas se unam para buscar justiça, que elas pressionem o governo e as autoridades para que o caso seja solucionado, porque houve uma articulação contra a figura da Marielle. A partir do momento que as pessoas começam a se estruturar para buscar justiça, logo surgem as fake News”.
Segundo Gabi, as redes sociais precisam trabalhar para repassar a informação da mesma maneira que elas repassam a desinformação. “Discurso de ódio gera muito buzz e visualização nas redes e o algoritmo trabalha para que as pessoas fiquem na plataforma o máximo de tempo possível e com conteúdos mais sensíveis ligados às fake news, a audiência acaba interagindo mais, participando mais das discussões”.
O painel “Fake News na pandemia: um vírus que se espalha” pode ser assistido na íntegra no Youtube do YOUPIX Summit até o dia 7/9. Para participar do evento e ter acesso à programação completa, a materiais exclusivos e à comunidade de creators da YOUPIX, basta fazer a inscrição gratuita pelo link: http://youpix.com.br/youpixsummit/.