"Antes de investir, é importante quitar as dívidas", alerta Yuri Utida. Foto: Divulgação

As festas de fim de ano podem ser o momento ideal para minimizar as dívidas adquiridas ao longo do ano, mas também podem ser decisivas para agravar o endividamento das famílias. Com o 13º salário e abono de férias em mãos, é preciso estudar o que fazer para evitar começar o ano no vermelho. “Muita gente pensa em investir o dinheiro extra, mas quem tem dívidas deve aproveitar o momento para amortizá-las. Os juros de investimentos dificilmente superam os do cheque especial, empréstimo e cartão de crédito, por exemplo”, afirma o especialista em planejamento financeiro e gestão de riscos, Yuri Utida.

Utida conta que a prioridade é usar a renda extra para quitar as dívidas com os juros mais altos. “Se você não sabe quais são os juros, aproveite o fim de ano para fazer um balanço do orçamento. Quite as que podem causar um rombo maior e deixe as que têm juros menores para serem liquidadas ao longo do ano”, completa.

Yuri Utida, especialista em planejamento financeiro e gestão de risco. Foto: Divulgação

O especialista afirma que, nesta época do ano, é preciso exercer um grande controle das emoções e do impulso de compras para não fazer novas dívidas. “Época de Natal tem um apelo sentimental gigantesco e muita gente relaciona o quanto ama alguém ao valor do presente que vai dar, mas um presente caro não é demonstração de amor. Tente controlar esse impulso se você não puder pagar”, orienta.

A dica do especialista para quem não tem dívidas e pode gastar parte do 13º salário é fazer pagamentos à vista se os descontos forem significativos. “Uma compra à vista que dá 10 ou 15% de desconto é um ótimo negócio. As pessoas não fazem essa relação do desconto com os juros aplicados nos investimentos, mas é preciso pensar muito antes de comprar e escolher a forma de pagamento mais vantajosa e condizente com o seu momento financeiro”, alerta.

Utida explica que, com Selic a 2% e inflação abaixo dos 3%, não é simples encontrar investimentos que ofereçam 10% ao ano. “Para um rendimento maior, a pessoa tem que correr algum risco. E, para isso, tem que entender do mercado financeiro ou estar assessorado por um especialista, para não apostar suas economias de forma equivocada”, afirma.

A última dica do planejador financeiro é separar parte do 13º salário para ajudar a pagar as famosas contas do início do ano. “Todo ano é igual. Em janeiro tem IPTU, IPVA, uniforme, material escolar e matrícula. Se você não tiver preparado o orçamento, pode acumular dívidas de cheque especial ou refinanciamento de cartão de crédito e aumentar ainda mais seu endividamento, comprometendo, muitas vezes, o orçamento do ano inteiro”, finaliza.