Nesta quarta-feira, 12/05, comemora-se o Dia Mundial da Fibromialgia, data que busca divulgar informações sobre a doença e, principalmente, alertar para a importância do diagnóstico – que muitas vezes pode levar anos para ocorrer. Trata-se de uma doença crônica sem causa definida, mas que atinge milhões de pessoas ao redor do mundo e cuja característica central é a sensibilidade aumentada à dor.
“Infelizmente a fibromialgia ainda é desconhecida por muitos, apesar da alta prevalência na população. Estima-se que atinja 3% dos brasileiros”, calcula a médica reumatologista do Hospital Estadual Mário Covas e pesquisadora do Centro Multidisciplinar de Estudos Clínicos (CEMEC), Dra. Anna Maura Fernandes. Segundo a especialista, a doença é mais comum em mulheres do que nos homens, especialmente na faixa etária entre 30 e 55 anos.
Os sintomas mais característicos da fibromialgia são a maior sensibilidade à dor, fadiga, sono não reparador e dor generalizada pelo corpo todo. Relatos de “dor nas juntas” e nos músculos são bastante comuns, justamente pelo fato dos sintomas dolorosos apresentarem localização inespecífica. A sensação de acordar cansado também é uma queixa frequente entre os pacientes.
O diagnóstico não é simples e requer experiência do médico, que deve observar os sintomas, ouvir com muito cuidado e sensibilidade os pacientes, para, então, suspeitar da doença. “Quem se identifica com alguns dos sinais mencionados deve procurar um reumatologista para investigar melhor essa condição e, caso confirmada a doença, iniciar o tratamento correto”, reforça Dra. Anna Maura Fernandes.
Tratamentos
O tratamento da fibromialgia é à base de medicamentos e hoje existem diversas drogas em fase de estudo, o que aumenta as perspectivas de melhor controle da doença em um futuro próximo. Além disso, a prática regular de atividade física sob orientação médica é recomendada e fundamental na melhora dos sintomas, da disposição e da qualidade de vida dos pacientes.
Nesse contexto, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), classifica entre os principais tratamentos contra a fibromialgia os exercícios aeróbicos, ou seja, aqueles que mexem o corpo todo e aceleram os batimentos cardíacos. Estudos atuais indicam que essa parece ser a melhor maneira de reverter a sensibilidade aumentada à dor, que é a característica central da fibromialgia. Além disso, orientações não-medicamentosas que ajudam muito são para o autocuidado e o autoconhecimento, além do apoio psicológico em alguns casos, para aprender a lidar melhor com a dor crônica no dia a dia.
“Os tipos de atividades físicas a serem praticadas devem ser discutidos com o médico, respeitando as orientações profissionais e também os limites individuais. Além disso, os tratamentos medicamentosos eventualmente prescritos precisam ser seguidos de maneira adequada, para que esse conjunto de medidas contribua efetivamente para o controle da dor e a melhora da qualidade de vida”, adverte a média reumatologista Anna Maura Fernandes.
Mais respeito!
O que um paciente com fibromialgia gostaria de pedir aos familiares? Amor e apoio, com certeza! Entretanto, uma pesquisa da Abrafibro – Associação Brasileira dos Fibromiálgicos fez esse questionamento aos portadores da doença e outras situações igualmente importantes também surgiram. Não debochar ou fazer piadas, acreditar na doença, ajudar nas tarefas diárias e fazer menos julgamentos foram algumas das respostas.
O Dia Mundial da Fibromialgia tem justamente o papel de divulgar informações sobre a doença, a fim de que se torne conhecida da população e, a partir de então, haja mais apoio e menos preconceito.