Paciente Roberto Willians Iara foi um dos homens diagnosticados com a doença. Foto: Eric Romero / PMSCS
Paciente Roberto Willians Iara foi um dos homens diagnosticados com a doença. Foto: Eric Romero / PMSCS

Homens também podem ter câncer de mama. Sim, eles precisam saber que a doença não é restrita apenas às mulheres. Embora muito raro e sem exames de rastreamento, como é feito anualmente pelas mulheres, eles devem prestar atenção em inchaço próximo aos mamilos, caroços nas mamas e secreções. Eles representam 1% do total de casos da doença. 

“Como a mama masculina é pequena e os nódulos ficam atrás da aréola (onde está o tecido mamário) fica fácil fazer o diagnóstico”, explicou o coordenador de mastologia do município, Paulo Roberto Pirozzi. 

Diagnosticar o câncer de mama cedo aumenta as chances de um tratamento bem-sucedido.

Dr Paulo Pirozzi – Mastologista. Foto: Eric Romero / PMSCS

Segundo Pirozzi, a cada 100 diagnósticos positivos em mulheres, um caso é encontrado entre homens. A maioria tem mais de 60 anos e é mais frequente onde há outros casos familiares. “Quando o homem é o primeiro caso na família, costumamos pedir rastreamento genético familiar, porque a possibilidade de ter outros casos em mulheres da família é muito grande”, explicou o mastologista.

Desde 2014, o município fez três cirurgias em homens. Uma delas foi em Roberto Willians Iara, 68 anos. “Em 2020, procurei um clínico geral devido a uma dor e sensibilidade na mama, que começou a incomodar. Durante a consulta, o médico detectou um nódulo e me encaminhou a um ultrassom. Depois disso, foi uma sucessão de exames até que o câncer foi confirmado por meio da biópsia”, afirmou.

Roberto realizou quatro ciclos de quimioterapia, com intervalos de 21 dias entre elas, até que em abril, realizou a cirurgia. “A quimioterapia maltrata demais, são muitas reações que afetam o corpo todo e principalmente o psicológico. Depois da cirurgia, fiz mais 15 sessões de radioterapia e atualmente faço acompanhamento no Centro de Oncologia Luiz Rodrigues Neves e no Caism (referência em atendimento de mastologia no município).”

A cirurgia costuma ser a retirada de toda a mama, com a aréola, e o mamilo tendo de ser removido como margem de segurança (mastectomia total), com a cirurgia axilar (retirada de um gânglio – linfonodo sentinela – ou de vários gânglios da axila) no mesmo tempo cirúrgico. “Geralmente, não temos como fazer cirurgias conservadoras, que retiram apenas parte da mama. É preciso fazer a retirada da mama para a pesquisa do nódulo”, finalizou Pirozzi. 

Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) das 18.295 mortes por câncer de mama em 2019, 227 foram homens.

É importante que homens e mulheres observem suas mamas com frequência. Qualquer sinal ou sintoma (seja nódulo, dor, pele avermelhada, alterações no bico do peito, saída de líquido, entre outros) deve ser investigado por um médico.