Perspectiva é que esse tipo de turismo esteja entre os principais contribuintes para a economia global. Foto: Divulgação/Pixabay
Perspectiva é que esse tipo de turismo esteja entre os principais contribuintes para a economia global. Foto: Divulgação/Pixabay

No auge da pandemia da Covid-19, em novembro de 2020, Bill Gates, bilionário fundador da Microsoft e atualmente o terceiro homem mais rico do planeta, fez previsões drásticas sobre o futuro das viagens corporativas: “Minha previsão é de que mais de 50% das viagens a trabalho e mais de 30% dos dias no escritório vão acabar”.

Mas o tempo mostrou que, mesmo com muitas incertezas que ainda pairam em torno da indústria de viagens, desde o surgimento de mais variantes do Coronavírus e a total erradicação da Covid-19, a qual parece improvável, e a trajetória da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, no mercado corporativo, as pessoas estão saindo do on-line para o presencial. Trata-se do retorno das viagens corporativas. Um estudo de mercado recente publicado pela Global Industry Analysts, Inc. (GIA), intitulado “Business Travel – Global Market Trajectory & Analytics”, apontou que as viagens de negócios, domésticas ou internacionais, as quais compreendem trabalho, hospedagem, alimentação, lazer e transporte, estão entre os principais contribuintes para a economia global e a perspectiva é que atinjam US$ 792 bilhões até 2026.

Propelida por esta tendência, a Gol viu sua receita líquida com o transporte de passageiros, em janeiro e fevereiro, atingir patamares de comercialização que superaram o mesmo período pré-pandêmico de 2019, em 10% e 30%, respectivamente – valores que expandiram para 60%, em março de 2022, alavancados pelo aumento de 63% nas vendas para o segmento corporativo e o estímulo para as viagens de trabalho combinadas com lazer – bleisure.

A Azul, em comparação com 2019, somente no primeiro trimestre de 2022, teve um crescimento de 16,8% na receita de passageiros, comparado com o mesmo período de três anos atrás.

Tanto a Gol quanto a Azul deixaram claro em sua apresentação trimestral aos investidores a importância da retomada das viagens a trabalho para a melhora dos indicadores financeiros: “Terminamos o trimestre com nove meses consecutivos de forte e crescente demanda de lazer, ao mesmo tempo em que o corporativo acelerou rapidamente, nos permitindo elevar tarifas para compensar o aumento dos preços dos combustíveis”, afirmou a Azul em relatório do primeiro trimestre de 2022.

Impulsionadas pela expansão da indústria de viagens e turismo como um todo, visto que depois de dois anos de reclusão as pessoas não aguentam mais ficar “trancadas em casa”, pelo aumento das iniciativas de reuniões, lançamentos de produtos, feiras, marketing, conferências e eventos, bem como pelo aumento da globalização de negócios, empresas que operam neste cenário estão tentando fazer programas bem gerenciados e econômicos aos clientes.

Marcelo Linhares. Foto: Divulgação

Como a Onfly, por exemplo, startup 100% nacional que tem por propósito promover e facilitar a gestão de viagens a trabalho. Por lá, foi registrado, em maio, um crescimento de 900% em relação ao período pré-pandemia. Marcelo Linhares, CEO da Onfly, enaltece que é unânime entre seus clientes o conceito de que viajar nessa modalidade é fundamental para o estabelecimento de parcerias e fechamento de novos contratos, e as plataformas de gestão de viagens on-line vieram para facilitar a vida dos empresários e aumentar a produtividade dos colaboradores: “Então, naturalmente, trata-se de um segmento extremamente promissor”.

Para se ter uma ideia da expansão, só no primeiro trimestre do ano, o faturamento com as reservas de hotel no sistema da Onfly aumentou 417%, enquanto o faturamento com as viagens de avião cresceu em 745%, quando comparados ao mesmo período do ano passado.

De olho nessa fatia promissora do mercado, a Onfly vem se aperfeiçoando e se reinventando a cada novo cenário. Um exemplo disso é o lançamento do seu cartão corporativo, em formato físico e virtual, e a inclusão de ônibus em sua plataforma “all-in-one”, que permite que qualquer colaborador, dentro de uma política pré-configurada de viagens e despesas, consiga reservar suas próprias viagens e digitalizar as despesas.