A Vila de Paranapiacaba começou a receber estudos técnicos para restauração do Pátio Ferroviário. Os projetos executivos estão sendo elaborados pela Brasil Restauro – Arquitetura e Cultura, com patrocínio da MRS e apoio da Prefeitura de Santo André.
Este plano inédito produzirá, pela primeira vez, mapas e textos detalhados para a recuperação do patrimônio material, além de uma investigação sobre o potencial para a economia criativa da região, que poderá gerar recursos para os moradores e mantenedores das riquezas da vila. A estruturação dos projetos executivos começou em fevereiro de 2021 e tem prazo estimado de seis meses para sua conclusão.
Além da preservação ferroviária, é preciso encontrar um projeto sustentável com participação do município e da comunidade. Para a MRS, esse é o ponto mais importante dos estudos em andamento. A companhia avalia que, além de desenvolver um plano para a recuperação do Pátio Ferroviário da Vila de Paranapiacaba, os projetos executivos em desenvolvimento vão indicar caminhos para uma maior integração entre poder público e comunidade para a geração de ideias que possam unir a conservação da memória a projetos de crescimento da região por meio do turismo e da cultura, por exemplo.
“A MRS tem feito muitas ações de restauro nos últimos anos. Nossa preocupação tem sido encontrar destinações adequadas para os espaços restaurados. Formas de congregar o poder públicos local, as comunidades e entidades, como a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), para a criação de projetos sustentáveis, que gerem renda e trabalho usando o patrimônio histórico recuperado. O estudo em andamento é essencial para que se encontre uma vocação para o Pátio Ferroviário. Há vários exemplos de outras cidades no mundo que foram bem sucedidas em ações assim e isso é o primeiro passo para atrair mais empresas privadas para iniciativas como essa”, explica José Roberto Lourenço, gerente geral de Relações Institucionais da MRS no estado de São Paulo.
O valor aprovado de R$ 445.570,69 é patrocinado pela MRS Logística, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Com área total de 3.452,13 metros quadrados, área construída de 465,86 metros quadrados e área urbanística de 2.986,27 metros quadrados, o Pátio Ferroviário faz parte do patrimônio histórico e ambiental da Vila Ferroviária de Paranapiacaba, tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), desde 2002; Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arquitetônico e Turístico do Estado de São Paulo), desde 1987; e pelo Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André), desde 2003.
“A ação conta com o apoio da Secretaria de Meio Ambiente, que tem trabalhado sistematicamente no projeto de recuperação da Vila de Paranapiacaba. A parceria com a MRS só veio a somar forças e energias para que as entregas acontecessem, já tivemos exemplos bem sucedidos com a Torre do Relógio, nas cabines de sinais e comando. Recuperar o Pátio Ferroviário e fazer o estudo de viabilidade da economia criativa vai aliar o restauro de prédios e estruturas históricas ao bem estar da comunidade, que sempre clama por aprimoramento e novas formas de tornar a vila autossustentável”, afirma o secretário de Meio Ambiente, Fabio Picarelli.
Localizado na parte alta da Vila de Paranapiacaba, o núcleo urbano implantado em frente à estação ferroviária possui características arquitetônicas e urbanísticas oriundas da tradição luso-brasileira, associadas ao emprego de material e técnica construtiva adotados pelos ingleses da São Paulo Railway, que controlavam a ferrovia e construíram a vila no século XIX.
Em 2020, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, a empresa patrocinou a obra de restauro da Estação Ferroviária de Campo Grande na Vila de Paranapiacaba, que em 2021 será usada como centro de controle operacional das composições MRS que trafegam pela região em direção ao Porto de Santos ou retornando no sentido do interior de São Paulo, entre outros destinos.