Especialistas falam sobre os riscos da doença durante a gravidez. Foto: Divulgação
Especialistas falam sobre os riscos da doença durante a gravidez. Foto: Divulgação

A diabetes gestacional ocorre quando há aumento do nível de açúcar no sangue da gestante. Esse distúrbio é uma consequência das alterações hormonais da gravidez. Para permitir o desenvolvimento do bebê, a placenta produz hormônios que podem interferir na ação da insulina.

Quando não acompanhada corretamente, a diabetes gestacional pode trazer consequências para a mãe e para o bebê. “Ela pode causar peso excessivo para o bebê que, tende a ficar mais frágil após o nascimento e a ter crises de hipoglicemia devido à alta produção de insulina”, comenta Dr. Domingos Mantelli.

O distúrbio pode ainda ocasionar problemas respiratórios no bebê. Para a mãe, há mais riscos de parto prematuro, rompimento antecipado da bolsa, pré-eclâmpsia, morte súbita e maior possibilidade de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.

Além de parto prematuro, o bebê também corre o risco de nascer muito grande (o que é chamado de macrossomia fetal e pode causar hipoglicemia após o nascimento). “Já a mãe, caso a doença não seja monitorada, pode desenvolver hipertensão e eclampsia, assim como diabetes depois da gravidez,” acrescenta o obstetra.

Na maioria das vezes, a diabetes gestacional é diagnosticada por volta da 24ª semana de gestação. Mas há casos registrados no final da gravidez, sendo estes um pouco mais preocupantes. “Geralmente as chances de complicações são maiores conforme a gravidez avança”, comenta.

Segundo a Dra. Erica Mantelli, o diagnóstico de diabetes gestacional é confirmado após a realização de dois exames de sangue. Um nos primeiros meses de gestação e outro entre a 24ª e 28ª semana de gestação. Mesmo quando o exame inicial dá negativo, o seguinte deve ser bem mais detalhado. A gestante deve ter o sangue colhido em jejum e após, tomar um líquido doce.

“O teste é repetido após 60 e 120 minutos. O nível de glicose não deve ultrapassar os 180 mg/dl. Duas horas depois a mãe passa por um novo exame que deve chegar ao máximo a 155 mg/dl”, destaca a ginecologista.

Os sintomas de diabetes gestacional são raros, mas podem surgir: sede em excesso, aumento da micção, aumento da fome e visão turva. Esses são os sinais de alerta, mas como eles nem sempre aparecem, reforça-se a importância da realização de exames periódicos durante a gestação.

A prevenção é sempre o melhor caminho. Não apenas para evitar a diabetes gestacional, mas também outras complicações que podem ocorrer durante a gestação. Domingos Mantelli alerta que uma das formas mais eficientes de se prevenir a doença é iniciar o pré-natal assim que a gravidez for confirmada. Dessa forma, o médico pode dar um acompanhamento mais adequado à paciente.

O tratamento pode ser feito de duas maneiras: muitas vezes, adotar uma alimentação equilibrada é o suficiente para manter os níveis de açúcar no sangue normais. Se não adiantar, o obstetra pode fazer o controle também com medicamentos específicos.