Texto: Guilherme Renso
Neste dia 19 de março a cidade de Ribeirão Pires completa 68 anos de história.
Neste sentido e, para falar sobre a situação financeira do município, os investimentos que estão sendo realizados e os planos a curto prazo que envolvem áreas como saúde e educação, Clóvis Volpi (PL) nos recebeu em seu gabinete de prefeito para uma entrevista exclusiva. Confira.
Como estava a situação financeira da cidade quando o senhor assumiu e no que isso impactava os trabalhos?
Se você comparar Ribeirão Pires com uma empresa, ela estaria em recuperação judicial. Quando chegamos nós pegamos uma receita menor do que a dívida. Por dívida você pode entender tributária, judicializada e restos a pagar.
Quando a gente fazia a soma dessas dívidas, ela dava muito mais do que a previsão de receita, o que impossibilitava que a cidade recebesse qualquer tipo de investimento, bem como inviabilizava a tomada de empréstimos.
E o que foi feito a partir deste cenário?
Sem dúvida diminuir o custeio na máquina, o que todo mundo pode fazer, mas que exige coragem. E isso nós tivemos e vamos continuar tendo essa coragem. Por exemplo: eram 21 secretarias. Nós cortamos para 12. Outra coisa que nós deixamos também de fazer é acordos para indicação política de secretariado. O nosso secretariado foi escolhido por competência.
Em seguida passamos a pagar só as dívidas tributárias, aquelas que não nos permitiam receber dinheiro e também abordamos os conflitos administrativos com o pessoal. Não pagavam o piso dos professores e não reajustavam o salário nem pela inflação. Era um desmando administrativo total.
Com as dívidas tributárias regularizadas, receita / custeio diminuído, acertada a situação dos funcionários, agora nós temos que começar a correr atrás dos recursos financeiros. Neste sentido nós tivemos a benevolência do governo do Estado de São Paulo, que compreendeu toda essa reformulação que nós fizemos.
E então, como consequência, vocês conseguiram pegar empréstimos?
Exatamente. Nós pudemos fazer empréstimos a juros baixíssimos. Com isso, somando todos os recursos, dentre eles emenda parlamentar, nós conseguimos capitalizar R$ 170 milhões. Isso significa que os três anos de governo que nos restam estão programados em obras e custeio. Em maio passado, relembro com orgulho, meu secretário de finanças falou que eu poderia pegar uma fatia de R$ 500 mil para investimento.
Já em março nós vamos inaugurar a saúde da mulher e já estamos projetando para daqui a dois anos o centro de diagnóstico por imagem. Ainda na saúde, o nosso hospital, que atualmente conta com 43 leitos, após a reforma irá para 98, com 12 salas de UTIs.
Também fizemos na Saúde a UPA infantil.
Durante a pandemia nós percebemos que os pequeninos tinham contato direto com os adultos na UPA e muitos desses adultos estavam com COVID. Então nós separamos um departamento e criamos a UPA infantil.
E na educação, que é a área do senhor?
Voltamos a contratar professores para especialidades, assim teremos dois professores em sala de aula. Nós recompusemos o quadro de professores e, em função da COVID, desse distanciamento da escola com as crianças, criamos um departamento psicossocial só para cuidar da família do aluno e do aluno.
Falando em dois professores, quantos empregos devem ser gerados, de maneira geral, na sua gestão?
Estamos gerando 300 empregos diretos e a perspectiva é passar de 1000, pensando em 27 obras no total. Para se ter uma ideia, só no viaduto que vai interligar a parte alta da parte baixa de Ribeirão, teremos muitas vagas por ser uma obra de grande porte, que custará aproximadamente R$ 50 milhões.