A Usina Henry Borden, fundada em Cubatão, completou 99 anos no dia 10 de outubro. Considerada uma obra de engenharia ousada e vanguardista para a época, sua inauguração foi um grande marco na história da geração de energia de São Paulo. Foi por causa dela que a Represa Billings foi construída e por meio dela que Cubatão pôde desenvolver seu enorme polo industrial que até hoje é um dos maiores do Brasil. No local é possível gerar 889MW, com uma vazão de 157m3/s.

A Emae vem investindo continuamente na modernização do complexo. Já foram aplicados mais de R$ 342 milhões em retrofit desde 2019 a maio/25, tecnologia e digitalização, reforçando o compromisso da companhia com eficiência, segurança e inovação no setor elétrico.

O início de tudo

 

Tudo começou com a chegada ao Brasil da empresa de energia Light, em 1899, com um plano para modernizar a capital por meio da implementação de novos bondinhos e do desenvolvimento do parque industrial de São Paulo, o que possibilitou que a capital decolasse em infraestrutura e tecnologia, impactando até mesmo as cidades vizinhas. E isso só foi possível graças à potência e eficiência da geração de energia na Usina Henry Borden e da abundância de águas que a concentração de bacias constituiu.
 

A implantação do projeto exigiu grande persistência, pois o plano de Henry Borden, executivo da Light, era considerado ousado e arriscado. Ele previa a inundação de uma vasta área da Serra do Mar por meio do desvio do curso natural do Rio Pinheiros e da Bacia do Tietê, o que resultou na criação da Represa Billings. Esse foi um passo decisivo para o funcionamento da usina, que passou a contar com um impressionante desnível de 720 metros para geração de energia. A partir daí, São Paulo experimentou um expressivo crescimento industrial, avanços significativos em sua infraestrutura e a expansão do acesso à energia elétrica para dezenas de novos bairros ao longo dos anos. Até hoje, a potência instalada da usina tem capacidade para abastecer cerca de 4,2 milhões de residências.

Como funciona a geração de energia

O complexo da Henry Borden é composto por duas usinas de alta queda (720 m), denominadas de Externa e Subterrânea, com 14 grupos de geradores acionados por turbinas, totalizando capacidade instalada de 889 megawatts. A força da água caindo de mais de 700 metros permite que a capacidade de geração de energia seja superior ao padrão da maioria das usinas, e por isso, é muito eficiente em períodos de estiagem. Ela também é uma das únicas do Brasil que, em caso de apagão, consegue dar start no Sistema Interligado Nacional (SIN) em até 30 minutos.

A mais antiga das usinas que compõem o conjunto é a Usina Externa, inaugurada em 1926, possuindo um total de oito grupos geradores, com capacidade instalada de 469 megawatts. Já a Usina Subterrânea é composta de seis grupos geradores, instalados no interior do maciço rochoso da Serra do Mar, em uma caverna, tendo capacidade instalada de 420 megawatts.
 

Curiosidades

  • Por décadas, Henry Borden manteve o posto de maior usina hidrelétrica do Hemisfério Sul.
  • Durante a revolução de 1932, a usina foi bombardeada pelo governo federal com a ideia de frear a indústria bélica paulista, eliminando a fonte de energia que movia a indústria paulista. O objetivo era pressionar os rebeldes paulistas e interromper o abastecimento de energia de suas fábricas, adaptadas em indústrias de guerra.