Em Tóquio, as Olimpíadas começam só no dia 23 de julho. Mas, em São Caetano do Sul, alunos da rede municipal de ensino já estão vivenciando o clima olímpico e experimentando diversas modalidades presentes na competição.
Na EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professor Décio Machado Gaia, no Bairro Boa Vista, alunos do 1º ao 5º ano estão conhecendo modalidades olímpicas, como corrida, arremesso e salto, e paralímpicas, como o vôlei sentado.
Segundo a diretora Daniela Rebustini Bottecchia, a proposta está sendo desenvolvida com todas as turmas pela equipe de Educação Física da escola, composta pelos professores Alan Marques, Douglas Barboza e Ricardo Aizza.
O professor Alan conta que o tema começou a ser trabalhado ainda no ano passado, com o apoio dos formadores do Cecape (Centro de Capacitação de Profissionais da Educação Dra. Zilda Arns) e a realização de um trabalho pedagógico denominado O brincar e a inclusão, no qual as crianças praticavam atividades esportivas adaptadas para pessoas com deficiência.
No ano passado, ainda com as aulas remotas, os alunos começaram a fazer atividades relacionadas às Olimpíadas. Os alunos do 4ºs e 5ºs anos, por exemplo, tiveram a oportunidade de fazer uma entrevista virtual com a atleta olímpica Caroline Kumahara, jogadora de tênis de mesa e representante de São Caetano nos Jogos Olímpicos de Tóquio. “Os alunos prepararam-se formulando perguntas previamente. Eles ficaram animadíssimos”, diz a diretora Daniela.
Devido à pandemia de covid-19, as atividades são feitas com um pequeno número de alunos, em esquema de revezamento entre as turmas. Os pais que optaram por manter os filhos nas aulas remotas podem acompanhar os vídeos e as fotos, que são postados na plataforma Educação Conectada, e tentar reproduzir as atividades junto com os filhos. “Procuramos sugerir atividades esportivas que possam ser adaptadas à realidade da criança que está em casa”, diz Alan.
Para o professor de Educação Física, o projeto tem contribuído para recuperar habilidades motoras que foram prejudicadas pelo longo tempo de confinamento da pandemia. O objetivo é que as crianças busquem superar as próprias marcas. “Aqui ninguém perde, todos ganham”, ensina o professor Alan aos alunos. O pequeno e elétrico Lucas Machado, de 6 anos, já aprendeu a lição: “Eu corri bem rápido, mas o meu amigo também correu bem”.
Interdisciplinaridade
As coordenadoras pedagógicas da escola, Fátima Riba e Ive Diniz, veem na atividade uma rica oportunidade de trabalhar diferentes temas e disciplinas.
A Matemática está presente, por exemplo, nas marcas do salto à distância e do arremesso de “peso” (uma bolinha de futebol); a Geografia, no estudo dos países participantes das Olimpíadas; a História, nas origens da competição. Inspirados pelo tema, os alunos desenvolveram até a expressão artística, desenhando autorretratos como atletas olímpicos ou criando novos mascotes para os Jogos. “O projeto permeia todos os conteúdos”, afirma a coordenadora Ive.
“Podemos trabalhar também valores”, complementa a coordenadora Fátima. Segundo a professora, além da disciplina e do respeito às diferenças também está sendo compartilhada com as crianças a filosofia do olimpismo, expressa nos valores olímpicos (amizade, excelência e respeito) e paralímpicos (determinação, coragem, igualdade e inspiração).