Estudantes aprendem Libras e a Língua Portuguesa na modalidade escrita, garantindo desenvolvimento acadêmico e pedagógico. Foto: Alex Cavanha/PSA
Estudantes aprendem Libras e a Língua Portuguesa na modalidade escrita, garantindo desenvolvimento acadêmico e pedagógico. Foto: Alex Cavanha/PSA

No próximo domingo, 24/04, será celebrado o Dia Nacional de Libras, a Língua Brasileira de Sinais. Para garantir o domínio desta linguagem e também do português escrito, Santo André conta com um Polo Bilíngue que é referência no atendimento especializado a alunos surdos.

O complexo é composto pela Creche Professora Yonne Cintra de Souza (educação infantil), Emeief Professor Nicolau Moraes Barros (educação infantil e ensino fundamental) e Centro Público de Formação Profissional Valdemar Mattei (EJA – Educação de Jovens e Adultos), oferecendo atendimento especializado a alunos surdos. Neste ambiente a Libras flui também entre toda a comunidade escolar, envolvendo alunos ouvintes, professores, pais e funcionários.

Alunos surdos participam de diversas atividades no espaço. Foto: Alex Cavanha/PSA

“Os surdos possuem uma língua com estrutura e gramática próprias, a Língua Brasileira de Sinais, que difere dos ouvintes. E para o aprendizado do sujeito surdo, uma educação bilíngue de qualidade contribui no desenvolvimento de suas habilidades e potencialidades. E quando as crianças, jovens e adultos surdos são inseridos neste universo do Polo Bilíngue da rede de Santo André, permitimos o acesso à comunidade ouvinte e de se reconhecer como parte integrante da comunidade surda”, ressalta a gestora Rosemeire Fernandes.

Antes de contar com o Polo Bilíngue, os alunos da rede municipal de Santo André frequentavam as escolas próximas às suas residências em uma perspectiva de trabalho voltado à educação inclusiva sem a mediação do instrutor ou intérprete. E no contraturno das aulas era oferecido o Atendimento Educacional Especializado (AEE) para a pessoa com surdez, com trabalho voltado para a aquisição da sua língua materna, pois a grande maioria não tinha fluência em Libras.

Diante dessa realidade foi proposta a criação de uma estrutura diferenciada, de acordo com o Plano Municipal de Educação, para atender as necessidades dos alunos no aprendizado de Libras e também na modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua, bem como do desenvolvimento acadêmico e pedagógico, surgindo em 2016 o Polo Bilíngue de Santo André. Desde então já passaram pelo equipamento 42 alunos surdos e atualmente são atendidos 22 estudantes.

Os alunos do segundo e terceiro ano do ensino fundamental, por exemplo, participam de diversas atividades que estimulam a interação entre si. Entre uma aula e outra, conhecimentos de educação financeira também são explorados.

Para enfatizar o ensino, se faz necessária a atuação de profissionais especializados, como é o caso dos professores bilíngues, intérpretes e instrutores surdos, estruturados em salas bilíngues onde todo o conteúdo proposto seja transmitido em Libras priorizando sua primeira língua.

Para Felipe Nicastro, instrutor de Libras de pessoas surdas e ouvintes do Polo Bilíngue, a língua de sinais contribui para maior interação. “Importante todos serem incentivados desde criança a usarem a língua de sinais. O envolvimento mostra que todos são capazes e a língua de sinais contribui para maior interação”, completou.