A Patrulha Maria da Penha, da Guarda Civil Municipal (GCM) de Santo André, completou três anos de atuação nesta sexta-feira (6) e se consolida como uma política pública efetiva na garantia e preservação da vida de mulheres que foram vítimas de violência e possuem medidas protetivas vigentes. Desde o lançamento do programa, nenhum caso de feminicídio foi registrado na cidade.
Nestes três anos de atuação, foram emitidas 3,2 mil medidas protetivas. Deste total, 950 mulheres foram atendidas efetivamente no programa. Durante o trabalho realizado na rotina de visitas e patrulhamentos da Patrulha Maria da Penha, foram registrados 94 flagrantes de descumprimento de medida protetiva, além de 49 autores que ficaram à disposição da Justiça. O chamado botão do pânico, que aciona imediatamente as equipes de guardas, foi acionado 124 vezes.
“Programas como o da Patrulha Maria da Penha mostram as boas práticas na gestão pública que geram resultado. Santo André se tornou uma referência na proteção e cuidado das mulheres, pois o trabalho realizado mostra que o cumprimento das medidas protetivas com a nossa Guarda Civil Municipal tem resultados concretos, dentro desta rede de apoio que construímos”, destacou o prefeito Paulo Serra, durante cerimônia de comemoração dos três anos do serviço.
A Patrulha Maria da Penha foi criada por meio de um convênio com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, onde a corporação andreense assumiu diretamente a missão de proteger as mulheres vítimas de violência. Os GCMs desta unidade especializada têm formação específica em atendimento a vítimas de violência, operam sistemas de informações de segurança, monitoram agressores e realizam patrulhamento diuturno onde for necessário para proteger essas mulheres.
Depoimento – Uma das mulheres atendidas pela Patrulha Maria da Penha, Juliete Alves dos Santos, contou sua história e emocionou os participantes com seu relato. “Estou há dois anos dizendo que renasci das cinzas, o meu resgate nesta história foi dramático e conturbado. Meu ex-companheiro, após 12 anos de casamento, me agredia e tinha um plano para me matar. Tudo isso pode parecer pesado, mas se estou aqui e estou podendo dizer isso hoje é por conta do atendimento da GCM, além do apoio da Justiça e do serviço Vem Maria da Prefeitura”, destacou.
O Vem Maria é voltado tanto para mulheres cisgênero quanto para transexuais e travestis. A maior parte dos atendimentos é relacionada à violência doméstica, mas também há mulheres que procuram por auxílio depois de passarem por outros tipos de violência, tais como a institucional, sexual e assédio moral. Além da violência digital, quando há difamação da mulher pelo parceiro na internet e com a chamada “pornografia da vingança”, que consiste em divulgar em sites e redes sociais fotos e vídeos com cenas íntimas do casal, para constranger e ameaçar as mulheres.
Em todas as situações, a profissional responsável pelo atendimento prioriza respostas individualizadas e faz os encaminhamentos necessários, sempre de acordo com a decisão da mulher atendida. No serviço são ofertados atendimentos psicossociais (individual e em grupo), orientações sobre os direitos das mulheres, inserção social e de cidadania, reuniões de rede para articulação e fortalecimento dos serviços.
Contato – A mulher vítima de violência doméstica pode ligar para a GCM pelo telefone 153 ou procurar atendimento diretamente no Vem Maria, localizado na Rua João Fernandes, 118, bairro Jardim, de segunda a sexta, das 8h às 18h. A munícipe também pode procurar orientação em um dos Cras (Centros de Referência de Assistência Social) ou Creas (Centros de Referência Especializada em Assistência Social) de Santo André, na Delegacia da Mulher (Rua Laura, 452 – Centro) e também via WhatsApp. As mulheres podem mandar mensagens de texto ou áudio para o número 4992-2936, de segunda a sexta, das 9h às 18h.