A Orquestra Sinfônica de Santo André (Ossa) realiza dois concertos especiais do programa “Estreias e Reestreias” neste final de semana, no Teatro Municipal Maestro Flavio Florence. A proposta reúne obras de compositores brasileiros escritas em diferentes momentos da história e que, em Santo André, terão sua estreia contemporânea ou até mesmo a estreia mundial neste concerto. As apresentações, gratuitas, serão no sábado (27), às 19h30, e no domingo (28), às 11h. Ingressos devem ser retirados na bilheteria do teatro com uma hora de antecedência, com o limite de um ingresso por pessoa.
“Com esse repertório, a Orquestra Sinfônica de Santo André celebra a criação contemporânea, valoriza seus próprios músicos como solistas e oferece ao público a oportunidade de conhecer obras de grande relevância da música brasileira”, reforçou o regente da Orquestra Sinfônica de Santo André, Abel Rocha.
A obra Serenata
Seis Canções para Trompa e Tenor, de Fernando Morais, abre o concerto. A composição é uma obra rara da música brasileira de concerto por reunir voz solista, trompa obligato e orquestra de câmara. As letras, de autoria do próprio compositor e de João Marinho, retratam o amor e a natureza em ritmos variados como xote, cantiga, aboio, modinha, caboclinho e valsa paulista. Os solistas serão Vítor Ferreira (trompista da Orquestra Sinfônica de Santo André) e o tenor Aníbal Mancini.
Na sequência, a Ossa apresenta a obras Danzas No.5, de Felipe Senna, um concerto duplo para clarone, bateria e orquestra, escrito especialmente para o claronista Mário Marques e o percussionista Leandro Lui, chefe do naipe de percussão da Sinfônica de Santo André. Felipe Senna é um renomado compositor, orquestrador, pianista e regente brasileiro. Nascido em São Paulo em 1979, é uma figura de destaque na música contemporânea do Brasil, conhecido por transitar entre a música clássica e a popular.
A composição é parte de uma série de obras sinfônicas que exploram o universo brasileiro em diálogo com a música de concerto contemporânea. Em cerca de 15 minutos, a peça desenvolve diálogos rítmicos e melódico-rítmicos entre os solistas e a orquestra, explorando virtuosismo, técnicas estendidas, lirismo e sonoridades que remetem à música do norte do país. Sua estreia ocorreu em julho deste ano pela Orquestra Sinfônica de Campinas, sob regência de Abel Rocha, regente titular da Ossa, e agora chega a Santo André em nova apresentação.
O terceiro destaque da noite é a Suíte para Trombone e Orquestra, de Diego Calderoni, dedicada ao trombonista Jaziel Gomes, primeiro trombone da Orquestra Sinfônica de Santo André. Ao longo de quatro movimentos, a obra celebra a versatilidade do trombone e a riqueza da música orquestral: o trombone baixo conduz o lirismo do samba-canção e a energia do baião; o trombone alto revela a suavidade da bossa nova; e o trombone tenor assume o protagonismo no vigoroso rock/groove. A peça se destaca pela constante transformação de timbres, estilos e atmosferas, conduzindo o ouvinte por uma jornada marcada por contrastes expressivos e intensas mudanças de caráter.
O programa se completa com a recuperação de uma importante página do repertório brasileiro: Festim na Tribo, de Dinorá de Carvalho. Esquecida por décadas, a obra ganha nova vida em uma edição preparada por Abel Rocha, que possibilita sua apresentação em versão moderna e revisada.