Francisco Cuoco, um dos maiores galãs das décadas de 60 e 90 das telenovela

O ator Francisco Cuoco (29 de novembro de 1933 a 19 de junho de 2025) faleceu de falência múltipla dos órgãos, nesta quinta-feira (19) aos 91 anos. Ele enfrentava vários problemas de saúde, morava com a irmã Grácia Cuoco e estava internado no Hospital Albert Einstein há 20 dias, na Zona Sul, em São Paulo.

Em uma de suas últimas aparições na televisão, no programa Tributo, da Rede Globo, relatou um pouco da sua história, situação atual e de algumas novelas, que o eternizaram nas telinhas.

O ator iniciou a sua carreira na TV Tupi em 1957, passou pela TV Rio, TV Excelsior, Record TV até a Rede Globo em 1970.

No teatro estreou com peças do Teatro Brasileiro de Comédia e depois atuou pela companhia Teatro dos Sete, trabalhando com Ítalo Rossi, Fernanda Montenegro e Carminha Brandão. O seu primeiro protagonista no teatro foi o personagem Werneck, de O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues, em 1961.

Mais tarde, em 1964, foi premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) como o melhor ator coadjuvante na peça Boeing-boeing.

Do taxista Carlão ou vilão Herculano

Começou na televisão em 1963, na TV Rio do Rio de Janeiro, no programa Grande Teatro Murray, dirigido por Sérgio Britto. Porém sua primeira telenovela só aconteceu em 1964, a Renúncia de Walter Negrão, na TV Record. A partir dela emendou uma novela na outra, se tornando um dos maiores galãs das telinhas da década de 60 e 90.

Em 1970, transferiu-se para a Rede Globo e viveu o protagonista Vítor Mariano, na telenovela Assim na Terra como no Céu, de Dias Gomes.

Alguns personagens o eternizaram na história do imaginário popular brasileiro, como o Cristiano de Selva de Pedra, o jornalista Alex de O Semideus, o taxista Carlão de Pecado Capital, o vilão Herculano de O Astro e o político Lucas em Eu Prometo, entre outros tantos. 

No cinema, o ator participou dos filmes Cafundó (2005), Traição (1998), Gêmeas (1999), Os Xeretas (2001), Real Beleza (2015), entre várias outras participações.

Por seus trabalhos, Cuoco recebeu diversos prêmios, entre eles um APCA, um Arte Qualidade Brasil e quatro Troféus Imprensa.

Do Brás para o mundo

O ator teve uma infância humilde no Brás, um dos bairros mais italianos de São Paulo. Durante o dia trabalhava com o pai italiano, Leopoldo Cuoco e a mãe Antonieta na feira e a noite estudava. A ideia era estudar Direito, mas ao entrar na Escola de Arte Dramática, de Alfredo Mesquita, decidiu pela dramaturgia.

Na vida pessoal, foi casado com a atriz Carminha Brandão, doze anos mais velha do que ele, entre os anos de 1960 a 1964. Mais tarde, se casou com Gina Rodrigues com quem teve três filhos: Tatiana, Rodrigo e Diogo.

Em 2013, assumiu um novo relacionamento com a estilista Thaís Almeida, na época com 27 anos, até 2017.