Paciente com a equipe médica. Foto: Divulgação/FUABC
Paciente com a equipe médica. Foto: Divulgação/FUABC

O Hospital Estadual Metropolitano Santa Cecília, gerido pela Fundação do ABC em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, recebeu em junho nove pacientes graves com Covid-19 transferidos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A primeira alta médica foi registrada nesta semana, em 29 de junho. Aos 57 anos, o pastor batista da cidade de Dourados (MS), Samuel Auro Monteiro de Souza, venceu a batalha contra o novo coronavírus e deixou a unidade acompanhado pelo filho. O momento foi acompanhado pela equipe de Comunicação do Exército, tendo em vista que o paciente foi transportado para São Paulo por meio de aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).

O paciente Samuel Auro Monteiro de Souza com o filho Jeferson Saab de Souza. Foto: Divulgação/FUABC

“Foi um presente de Deus ter surgido uma vaga em São Paulo. Cheguei no dia 13 de junho e fui direto para UTI, pois já estava usando oxigênio no limite máximo”, recordou Samuel Monteiro, enquanto agradecia as equipes do Hospital Santa Cecília. “Fui muito bem atendido aqui e consegui me recuperar. Minha palavra é de gratidão a Deus, à minha família, à UPA de Dourados, onde tive o primeiro atendimento, à Força Aérea e aos funcionários deste Hospital, que são gente muito boa. Não tem como esquecer”, declarou.

Segundo o paciente, a humanização do atendimento fez toda a diferença durante o período de internação. “Não foram só os medicamentos. O calor humano, as palavras de força, dizendo que eu iria ficar bom. O cuidado, o carinho. Hoje eu sou vitorioso, venci a Covid com a ajuda de Deus e dessas pessoas maravilhosas. Nasci de novo”.

O filho Jeferson Saab de Souza viajou de Dourados até a Capital paulista para buscar o pai e ressaltou a importância da comunicação do Hospital com a família durante os 16 dias de internação. “Participávamos das visitas virtuais, tendo as notícias dele, além das ligações diárias dos médicos, passando as informações de saúde e nos deixando inteiramente a par, sem nenhuma dúvida sobre como ele estava. Foi muito bom ele ter vindo para um local estruturado, e agora estamos comemorando a volta dele. Estávamos apreensivos, mas agora ele está bem e isso é maravilhoso”.

Humanização

Gerente da área Psicossocial do Hospital Estadual Metropolitano Santa Cecília e coordenadora dos serviços de humanização, Adriana Evangelista reitera a importância do trabalho de acolhimento e da participação da Psicologia no atendimento às famílias, tendo em vista a impossibilidade de visitas presenciais aos pacientes com Covid-19.

“Realizamos diariamente as visitas virtuais com as famílias, que podem conversar com os pacientes, matar a saudade e ter mais proximidade com seus entes queridos, apesar da distância. Montamos toda essa estrutura com o Serviço Social e as visitas são acompanhadas por um psicólogo, por meio de videochamadas. Esse não é um momento de passar informações médicas sobre o estado de saúde, mas sim de conversa, carinho e conforto”, explica Adriana Evangelista.

Os boletins de saúde dos pacientes são passados diariamente à família por telefone, diretamente pela equipe médica.

Parceria do bem

Os dois primeiros pacientes de fora do Estado deram entrada no Hospital Santa Cecília às 22h30 do dia 6 de junho, encaminhados de Campo Grande, por meio da Secretaria de Estado da Saúde de Mato Grosso do Sul. O traslado foi feito em ambulâncias até a Base Aérea de Campo Grande, de onde embarcaram para o Aeroporto de Congonhas, na Capital paulista.

Referência contra a Covid-19

O Hospital Estadual Metropolitano Santa Cecília foi inaugurado em meados de abril como Hospital de Campanha do Governo do Estado, exclusivo para o atendimento de casos de Covid-19.

Localizado na região central da Capital, o Hospital está instalado em prédio com 10 andares cedido por um ano ao Estado pela iniciativa privada, onde funcionou o Hospital Santa Cecília até 2019 – desde então, a unidade permaneceu desativada. O plano de trabalho apresentado pela Fundação do ABC foi eleito vencedor para celebração do convênio emergencial para gerenciamento da unidade, cuja publicação no Diário Oficial do Estado ocorreu em 27 de março. Na mesma data, comitiva da FUABC e da Secretaria de Estado da Saúde estiveram no local para receber as chaves.

A partir de então, em apenas 15 dias o hospital recebia o primeiro paciente internado por Covid-19, às 20h04 de 11 de abril. Com alas e leitos abertos gradativamente, foram 54 dias entre o recebimento das chaves e o cumprimento integral do contrato, com a entrega de 60 leitos.