O herpes zoster, ou “cobreiro”, como é popularmente conhecido é causado pelo mesmo vírus da catapora (varicela-zóster). Fotos: Acervo Pessoal

O herpes zoster, ou “cobreiro”, como é popularmente conhecido é causado pelo mesmo vírus da catapora (varicela-zóster). Após a infecção inicial (catapora na infância) o vírus permanece adormecido no organismo e pode reativar anos depois, causando lesões dolorosas na pele. É mais comum em pessoas acima de 50 anos ou com imunidade comprometida.

O que é o Herpes Zoster

Depois da catapora, o vírus fica latente nos nervos. Quando reativado, provoca lesões restritas a uma área do corpo, geralmente em um dos lados, com dor intensa. O quadro dura de 2 a 4 semanas e, em alguns casos, deixa sequelas como a neuralgia pós-herpética — dor persistente após a cicatrização.

Sintomas e Evolução

A doença se desenvolve em etapas:

Fase inicial (pródromo): de 1 a 5 dias antes das lesões, podem surgir dor localizada, formigamento, hipersensibilidade, fadiga e mal-estar.

Fase aguda: erupção em faixa ou linha, acompanhada de bolhas cheias de líquido, dor intensa e coceira.

Sintomas gerais: febre baixa, fadiga extrema e dor de cabeça.

O início rápido do tratamento é essencial, pois oe medicamentos antivirais funcionam melhor nas primeiras 72 horas.

Fatores de Risco

Qualquer pessoa que teve catapora pode desenvolver herpes zoster, mas alguns grupos têm maior risco:

  1. Idade avançada: incidência aumenta após os 50 anos.
  2. Imunidade baixa: causada por HIV/AIDS, quimioterapia, radioterapia, transplantes de órgãos ou doenças autoimunes.
  3. Estresse intenso: físico ou emocional.
  4. Doenças crônicas mal controladas: como diabetes e doenças renais ou pulmonares.
  5. Estilo de vida: má alimentação, sedentarismo, abuso de álcool e privação de sono.

Tratamento

O objetivo é aliviar sintomas, reduzir complicações e acelerar a recuperação.

  1. Antivirais: bloqueiam a multiplicação do vírus, diminuindo dor e tempo de doença. Devem ser iniciados em até 72 horas.
  2. Analgésicos: controlam a dor e reduzem o risco de neuralgia pós-herpética.
  3. Pomadas e cremes: podem aliviar desconforto localizado, sempre com orientação médica.
  4. Cuidados gerais: compressas frias ou mornas, higiene da pele, descanso e hidratação.
  5. Casos especiais: imunossuprimidos podem precisar de antivirais intravenosos; infecções secundárias exigem antibióticos.

Prevenção: A Vacina

A vacina contra o herpes zoster é a forma mais eficaz de prevenção, reduzindo também o risco de complicações como a neuralgia pós-herpética.

Indicações:

  • Adultos com 50 anos ou mais.
  • Pessoas que já tiveram herpes zoster, para prevenir recorrência.

Benefícios:

  • Reduz risco da dor pós herpética em até 90%.
  • Diminui infecções secundárias e complicações oculares ou neurológicas.

A decisão sobre o melhor momento para vacinar deve ser feita com orientação médica.

Conclusão

O herpes zoster pode ser doloroso e debilitante, mas é controlável com diagnóstico precoce e tratamento adequado. A vacinação é fundamental, especialmente para pessoas acima de 50 anos ou com baixa imunidade, pois reduz a chance de complicações graves.
Se você já teve catapora, converse com seu médico sobre a vacina e mantenha hábitos que fortaleçam seu sistema imunológico.

(Texto escrito e revisado por Dra Gabriella Durso Patricio – Médica Infectologista – CRM 125.556 / RQE 100.663)

Dra. Gabriella Durso Patricio é médica infectologista, especialista em prevenção de doenças infecciosas com foco em qualidade de vida. Atua em São Paulo e online, oferecendo acompanhamento personalizado com escuta ativa, presença e sem julgamentos. Instagram: @infectogabi