Em 31 de maio, celebra-se o Dia Mundial Sem Tabaco, que conscientiza a sociedade sobre os males causados pelo tabagismo, a exposição ao fumo passivo e as ligações com a Covid-19. De acordo com o pneumologista Valter Eduardo Kusnir, do Hospital Santa Casa de Mauá, o tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência da nicotina, além de ser responsável por até 90% de câncer de pulmão e matar anualmente mais de 8 milhões de pessoas no mundo, sendo 7 milhões de fumantes diretos e cerca de 1,2 milhão por exposição ao fumo passivo.
Os benefícios de parar de fumar são muitos: previne mais de 60 tipos de doenças entre as cardiovasculares, AVC – Acidente Vascular Cerebral, câncer de pulmão, DPOC – doença pulmonar obstrutiva crônica, pneumonia, úlcera do aparelho digestivo, osteoporose, catarata, impotência sexual no homem, infertilidade na mulher, menopausa precoce, complicações na gravidez, enfraquecimento do cabelo, envelhecimento da pele, redução do paladar e o olfato, além da economia financeira.
A fumaça do tabaco contém sete mil substâncias tóxicas cancerígenas, que o fumante exala e compromete seu sistema imunológico. Ao parar de fumar o indivíduo ganha em qualidade de vida, já que 20 minutos depois sem fumar, a frequência cardíaca e a pressão arterial já diminuem. Após 12 horas, o nível de monóxido de carbono no sangue se normaliza. Entre 2 e 12 semanas, a circulação sanguínea e a função pulmonar melhoram e, depois de 1 a 9 meses, a tosse diminui e o fôlego aumenta.
O tabaco é prejudicial para quem fuma e para quem está junto, pois o fumante passivo pode sofrer com doenças imediatas ou a longo prazo, as chances de doença cardíaca aumentam em 25%, há redução da capacidade funcional respiratória, risco de aterosclerose, infecções respiratórias em crianças, nas grávidas prejudica o crescimento do feto e aumenta o risco de complicações como morte fetal, parto prematuro e baixo peso ao nascer. Vale ressaltar que o tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo.
Segundo o especialista, o tabagismo aumenta o risco de complicações de diversas enfermidades e grave relacionamento com a Covid-19. “O tabaco causa inflamações e compromete a defesa do organismo aumentando o risco de infecções por vírus, bactérias e fungos. O ato de fumar é outro risco em razão do constante contato dos dedos com os lábios, que aumenta as chances de transmissão do vírus pela boca”, explica o pneumologista Valter Eduardo Kusnir.
Estudos comprovam que fumantes são mais vulneráveis às complicações da Covid-19 e com risco duas vezes maior de serem internados em unidades de terapia intensiva, de precisar de ventilação mecânica e de ir a óbito.
“Basicamente um fumante já possui todos os prejuízos que o coronavírus provoca, e já está em desvantagem no processo evolutivo grave, pois dispõe de uma situação favorável para a doença”, completa o médico.