O primeiro evento alusivo aos 80 anos da ACISBEC (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo), fundada em 27 de setembro de 1944, ocorreu na manhã desta segunda-feira (29), no auditório da sede, no Bairro Nova Petrópolis. O Encontro com pessoas que contribuíram com a história e desenvolvimento do comércio e indústria de São Bernardo do Campo foi realizado em parceria com a AME (Associação dos Amigos da Memória de São Bernardo do Campo), entidade sem fins lucrativos.
O evento trouxe o depoimento de moradores ao longo desse período e que fizeram parte do crescimento do setor na cidade, de famílias que investiram em negócios e as que atuaram no comércio e na indústria local. Participaram sete voluntários como depoentes, convidados pela AME, incluindo o mais idoso, com 100 anos.
O objetivo da iniciativa é resgatar e manter a história da cidade, que está intimamente ligada à fundação da ACISBEC. Os depoimentos foram gravados e vão fazer parte do acervo da Associação Comercial. Outras comemorações alusivas aos 80 anos ocorrerão ao longo do ano.
O presidente da ACISBEC, Valter Moura Júnior, disse que a iniciativa enriquece o projeto da ACISBEC e deixa um legado para as futuras gerações. “Será uma marca registrada desta gestão, com o apoio da diretoria, desde a construção da sede própria, a importância e contribuição com o desenvolvimento de São Bernardo do Campo. É emocionante ouvir esses personagens, contemporâneos ao meu pai (Valter Moura in memoriam), que participou ativamente da Associação e dedicou boa parte da sua vida, mais de 30 anos às causas do empreendedorismo e em defesa da livre iniciativa”, afirmou.
O diretor da ACISBEC, Luiz Carlos Henrique, marcou presença no encontro. “É um evento muito importante para ver, reunir pessoas e manter a amizade”, considerou.
A presidente da AME, Hilda Breda, disse que se trata de uma grande contribuição resgatar o que não está registrado até então. Com essa ação, queremos dar apoio ao poder público para que outras iniciativas possam ser feitas”, comentou.
Participaram como depoentes Balbina Gregória de Jesus Silva, 85 anos; Evani Belletato de Moraes (83), Giordano Zanon (85); Leonilda Montibeller Zoboli, (96); Neuza Maria Zanutto De Melo, (68); Renato Rusig (81) e Natal Vertamatti, 100 anos.
Frases:
“Tudo começou quando eu estava no segundo ano do primário e a minha professora me escolheu para dar um depoimento, eu ainda criança. Com a minha aptidão me envolvi em projetos, movimento emancipacionista, fiz parte da política, trabalhei em loja, em tecelagem e tive negócio na cidade”, Natal Vertamatti, trabalhou em fábrica de móveis, e foi vereador e presidente da Câmara Municipal por quatro anos na administração do prefeito Aldino Pinotti e vereador por cinco anos na administração de Hygino de Lima.
“A Pizzaria Gino nasceu há 48 anos onde era uma mercearia, que foi comprada pelo meu pai, Gino Belletato. O negócio foi tocado pela família toda, se tornou um ponto de encontro, um local frequentado por famílias e por clientes que vêm conhecer o lugar. Temos uma história muito grande em São Bernardo do Campo”, Evani Belletato de Moraes, proprietária da Pizzaria Gino.
“Meu marido Atílio Zoboli teve o primeiro diploma de ensino superior na cidade. Eu fui da Tecelagem Ítalo Setti, que tinha como principal produção pano de gravata e tecido para guarda-chuva. Também trabalhei em loja de móveis na parte de decoração e tive loja de presentes. Me lembro da época que não tinha asfaltamento, vínhamos à missa e deixávamos o calçado na entrada da igreja de tanto barro grudado na sola”, Leonilda Montibeller Zoboli.
“Comecei a trabalhar aos 14 anos de idade na Indústria de Móveis Pelosini, que ficava na Marechal (Rua Marechal Deodoro), próximo ao Paço Municipal. Atuei em tecelagem, o Cotonifício São Bernardo e só mais tarde consegui emprego na Prefeitura Municipal”, Balbina Gregória de Jesus Silva, o seu pai, o Maestro João Gomes, é autor da música do Hino de São Bernardo.
“Vim de Pratânia, naquela época era subdistrito de São Manoel, no Interior, em 1956. Meu pai e meus tios eram donos do Restaurante São Manoel, que contribuiu com a economia são-bernardense, desde aquela época, e só veio a fechar as atividades em 2020. Começamos como bar, depois fomos a restaurante, São Bernardo só crescia, recebia gente de todo lugar”, Neuza Maria Zanutto De Melo
“Aos 15 anos comecei a trabalhar em fábrica de móveis, a Indústria Pelosini e na Corazza, depois fui para a indústria, na Simca do Brasil, também fui diretor do Clube MESC e recebi a medalha João Ramalho, outorgada àqueles que se destacam em suas atividades”, Giordano Zanon, imigrante vindo de San Pier D’isonzo, na Itália.
“Trabalhei em fábrica de móveis, na José Pelosini, em farmácia, na Brasmotor, na época da linha branca da fabricante Brastemp e no então banco Noroeste. Depois fui para a Indústria Termomecânica, onde fiquei por muitos anos”, Renato Rusig, formado em química e em administração.