Apesar do nome complicado, a espondilolistese é o nome da condição na qual a vértebra se move por cima de outra, “escorregando” de sua posição. “É relativamente frequente, com uma incidência de mais ou menos 5% da população”, aponta Dr. Juliano Fratezi, ortopedista especialista em coluna, pós-graduado em Dor pelo IEP – Hospital Sírio Libanês e membro da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Dividida em diferentes tipos, a espondilolistese pode apresentar sintomas diferentes de acordo com cada variação. “Alguns deles podem ser observados independente da causa, como dor lombar, depressão na pele da região, contratura da musculatura da coxa e eventual dificuldade ao andar, além de dor irradiada para os membros inferiores”, enumera o especialista.
Por isso, o médico alerta para a importância de procurar um ortopedista logo que as dores e outros sintomas surjam. “O paciente pode acreditar que seja uma hérnia de disco ou uma lombalgia inespecífica e se automedicar ou optar por exercícios que, ao invés de ajudar, podem piorar o quadro”, adverte. Outro erro comumente cometido é quando o paciente fica em repouso prolongado. “Ficar deitado por muito tempo, além de não resolver o problema, pode agravá-lo, já que pode ocorrer a atrofia muscular e a amplificação da dor crônica”, explica Dr. Juliano Fratezi.
Dentre os tipos os quais a espondilolistese se apresenta estão:
- Degenerativa: relacionada ao processo de envelhecimento;
- Traumática: ocorre após quedas e acidentes;
- Ístimica: mais comum em crianças e adolescentes, ocorre em razão de estresse mecânico;
- Displásica congênita: quando associada a malformações;
- Patológica: quando relacionada à tumores na coluna.
“As mais comuns observadas em consultório são a displásica congênita, ístimica e degenerativa – essa última mais frequentemente diagnosticada em pessoas com mais de 40 anos de idade”, explica Fratezi. O diagnóstico é realizado a partir de exames de imagem, como Raio-x, tomografia computadorizada e ressonância magnética. A partir de então, é possível orientar o paciente sobre qual tratamento é o mais indicado. “Geralmente, os quadros de espondilolistese são resolvidos com o tratamento conservador – que engloba a indicação de medicação adequada, fisioterapia e exercícios físicos”, afirma o médico. A cirurgia só é recomendada em casos mais graves, nos quais o tratamento conservador não surtiu efeito. “Nestes casos, sempre que possível, optamos pela cirurgia de ALIF, que oferece uma recuperação rápida e eficiente ao paciente, devolvendo qualidade de vida e possibilitando o retorno às suas atividades em menor tempo”, ressalta o ortopedista.