A fibromialgia é uma síndrome reumatológica crônica, marcada por dores generalizadas e persistentes em todo o corpo - Fotos: Divulgação

Aprovada recentemente, a Lei 15.176/2025 reconhece oficialmente a fibromialgia como uma condição de pessoa com deficiência (PCD). Com isso, os portadores da síndrome passam a ter, a partir de janeiro de 2026 – quando entra em vigor a lei, acesso a uma série de benefícios legais, como reserva de vagas em concursos públicos, isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na aquisição de veículos adaptados e o direito à meia-entrada em eventos culturais, artísticos e esportivos.

A nova legislação representa uma conquista significativa para quem convive com a doença, muitas vezes invisibilizada e subestimada, apesar de seu alto impacto na qualidade de vida dos pacientes. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), cerca de 3% da população brasileira vive com fibromialgia, que afeta mais as mulheres, mas também pode atingir homens, idosos, adolescentes e até crianças.

A fibromialgia é uma síndrome reumatológica crônica, marcada por dores generalizadas e persistentes em todo o corpo, especialmente em músculos, tendões e articulações. Entre os sintomas estão fadiga extrema, distúrbios do sono, alterações cognitivas – problemas de memória e dificuldade de concentração, cefaleia, além de sinais de ansiedade e depressão. As dores podem durar meses, sendo que, em alguns casos desaparecem e podem voltar com mais força.

O ortopedista Marcelo Ruck, da Santa Casa de Mauá, explica que a causa da fibromialgia não é totalmente conhecida, mas estudos apontam para uma combinação de fatores genéticos e ambientais. “Traumas físicos ou emocionais, estresse intenso, além de doenças prévias como pneumonia, infecções gastrointestinais ou gripes fortes podem desencadear a síndrome. Pacientes com lúpus ou artrite reumatoide têm maior risco de desenvolver fibromialgia”, afirma o médico.

O diagnóstico é desafiador e demorado, já que os sintomas se confundem com os de outras doenças. Como não há um exame específico para identificar a fibromialgia, o diagnóstico é clínico e depende da análise dos sintomas e da exclusão de outras condições. Alguns exames laboratoriais podem ser solicitados para auxiliar na investigação.

Embora a fibromialgia ainda não tenha cura, o tratamento visa controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. A abordagem deve ser multidisciplinar, combinando o uso de medicamentos analgésicos, antidepressivos ou relaxantes musculares, com terapias complementares como fisioterapia, acupuntura, terapia ocupacional e psicoterapia.

Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, manter uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes, reduzir o açúcar, fazer a reposição de nutrientes, regular o padrão de sono,  praticar atividades físicas leves e buscar estratégias para redução do estresse são algumas recomendações que auxiliam para melhor qualidade de vida. “O estresse é um dos principais gatilhos das crises de fibromialgia. Por isso, investir em hábitos saudáveis não é apenas uma recomendação, é parte fundamental do tratamento”, reforça o ortopedista Marcelo Ruck.

A fibromialgia chega a ser incapacitante e, se não tratada adequadamente, pode comprometer a vida profissional, social e emocional. Nas mulheres, os sintomas são mais intensos, com dores fortes e fadiga acentuada, especialmente pela manhã. A menopausa pode ser um fator agravante.

O Hospital Santa Casa de Mauá está localizado na Avenida Dom José Gaspar, 1374 – Vila Assis – Mauá – fone (11) 2198-8300.  https://santacasamaua.org.br/