Celebrado nesta quinta-feira, 04, o Dia Mundial do Câncer é resultado de uma iniciativa global, organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS). A data propõe uma reflexão sobre a importância da prevenção e alerta para a conscientização e educação mundial sobre a doença.
A poucos dias da data, a OMS anunciou que o câncer de mama ultrapassou, após 20 anos, o câncer de pulmão como o tipo mais recorrente no mundo. “Pela primeira vez, o câncer de mama agora constitui o câncer de ocorrência mais comum em todo o mundo”, declarou Andre Ilbawi, especialista em câncer da OMS, esta semana, em reunião promovida pela ONU. Na ocasião, Ilbawi destacou ainda que a estimativa é que 2,3 milhões de novos casos de câncer de mama tenham sido diagnosticados no ano passado, representando 11,7% de todos os casos registrados.
Os números provocam preocupação das autoridades de saúde e convidam as populações mundiais a adotarem estilos de vida mais saudáveis, com cuidados contínuos, e refletirem sobre seus comportamentos. “Sabemos que vários fatores estão impulsionando os números gerais de câncer. Consumo exagerado de cigarro e bebida, por exemplo. Alimentação desregrada, falta de atividade física, contribuem com este cenário. Para mudar esta realidade, é preciso que mulheres e homens estejam mais atentos à prevenção e invistam em cuidados contínuos e preventivos com a saúde”, alerta o médico ginecologista e obstetra Dr. Fernando Boldrin.
O especialista observa ainda que as mamografias são as principais aliadas na luta contra a doença e lembra também que nesta sexta-feira, 05, é celebrado o Dia Nacional da Mamografia. “No ano passado, enfrentamos uma pandemia que provocou uma redução na quantidade de mamografias realizadas no Brasil. A queda de 46% da procura pelo exame é extremamente preocupante. A mamografia ajuda a detectar precocemente pequenos nódulos até três anos antes da paciente conseguir senti-los no autoexame. Por isso, prevenção é fundamental. O câncer de mama, detectado ainda em fase inicial, tem chance de cura de até 95%”, afirma o médico.
O Câncer de Mama no Brasil
Dados o Instituto Nacional do Câncer, o INCA, mostram que no ano passado, 66.280 mulheres no Brasil receberam diagnóstico de câncer de mama. “É uma realidade reversível com consciência da importância dos cuidados contínuos e atenção com a saúde. Exames de rotina para diagnóstico precoce devem estar na agenda de prioridades de mulheres, a partir dos 40 anos, e, se o paciente tiver histórico familiar da doença, propomos mamografia a partir dos 30 anos”, orienta Boldrin.