O Dia das Mães na região do ABC, vai merecer presentes e gastos relativamente maiores neste 2023, na 2ª melhor data do comércio após o Natal. O preço médio que consumidores estão dispostos a pagar por lembrança é de R$ 171,40. Comparado aos R$ 154 registrados no ano passado, há aumento nominal de 11% — ou alta real de 6,35% se considerada a inflação acumulada de 4,65% nos últimos 12 meses até março.
Levantamento do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo indica que os gastos planejados para a data (presente, passeios, restaurante etc) devem chegar a R$ 241,20. Em comparação com 2022, quando o desembolso planejado foi de R$ 204,30, há alta nominal de 18% — ou real de 12,8%.
Mesmo assim, a movimentação financeira ficará estável. Projeta-se um giro de R$ 126 milhões com compras de presentes, ou um aumento de 5,4% em relação aos R$ 119,7 milhões de 2022. Se considerada a inflação nos 12 meses até março, deverá ocorrer variação de pouco mais de 0,5%, praticamente uma estabilidade. Isso é atribuído à lenta recuperação do mercado de trabalho, que apontou elevação da desocupação no início deste ano, e à elevação dos preços de itens de vestuário e de perfumes e cosméticos.
“No período mais recente, o lento ritmo de retomada do emprego, dado pela própria trajetória da atividade econômica, e a intensificação da inflação explicam a dificuldade de ampliação do poder de compra dos consumidores. Consecutivamente, o volume econômico em datas tradicionalmente comemorativas, como Dia das Mães, é afetado”, avalia o coordenador de Estudos do Observatório Econômico, professor Sandro Maskio.
Dentre os presentes mais procurados estão vestuários/calçados (40,2%), seguidos de perfumes e cosméticos (35,6%), flores (6,9%) e joias/bijuterias (6,9%). Os preços dos vestuários aumentaram 14,9% na Região Metropolitana de São Paulo nos 12 meses encerrados em março, segundo o IPCA/IBGE. A elevação ajuda a explicar a maior participação dos cosméticos nas compras, pois têm mais opções de tamanho e preços, diz prof. Maskio.
Shoppings na preferência
Os shoppings voltaram a liderar a preferência para as compras (34,1%). No Dia das Mães de 2020, 2021 e 2022, a escolha pela internet superou 60%. Contudo, a participação da web de 31,7% na pesquisa deste ano é bastante superior aos anos anteriores à pandemia. Isso pode demonstrar melhora na adaptação dos consumidores aos meios digitais.
Em termos nominais, o Dia das Mães ainda não retomou a movimentação de 2018 e 2019, anteriores a Covid-19. Do ponto de vista real, descontando o efeito da inflação medida pelo IPCA, este é o terceiro pior resultado da série das Pesquisas de Intenção de Compras (PICs) nos sete municípios do Grande ABC desde 2012. “Entre outros fatores, isso é explicado pela retração econômica da região na década de 2010, especialmente no período 2014 a 2017”, aponta prof. Sandro Maskio.