
Cerca de 200 profissionais da Saúde da região do ABC participaram nesta semana do treinamento “Manejo Clínico das Arboviroses Urbanas”, realizado pelo GVE VII (Grupo de Vigilância Epidemiológica) – Santo André, a pedido da CCD (Coordenadoria de Controle de Doenças), CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) e da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, com apoio da Fundação do ABC, GVS (Grupo de Vigilância Sanitária), CARS (Centro de Apoio Regional à Saúde), Instituto Adolfo Lutz e os municípios de São Bernardo do Campo e Mauá.
O evento em 27 de março foi sediado no auditório do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, e reuniu médicos, enfermeiros e outros profissionais da área da saúde dos sete municípios abarcados pelo GVE VII (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires), com o objetivo de aprimorar o atendimento aos pacientes, principalmente aqueles acometidos pela dengue.
Denise Pires, coordenadora de treinamento da Fundação do ABC, destacou a importância da capacitação no sistema público de saúde. “Nós vivemos SUS, respiramos SUS e trabalhamos no SUS 24 horas no dia. Esse é o nosso objetivo: trabalhar a capacitação profissional e o desenvolvimento para que a nossa população seja atendida cada vez melhor, com recursos e profissionais capacitados para isso. Então, nós agradecemos a parceria do GVE aqui, através da Secretaria da Saúde, de nos proporcionar esse momento de aprendizagem”, declarou.
Já o Dr. Eduardo Grecco, diretor-geral do Hospital Estadual Mário Covas, reforçou o compromisso com mais cursos como esse. “Nós já conversamos com a Denise para seguirmos com esse programa de aprendizagem e educação continuada. Sejam bem-vindos ao nosso hospital, e que vocês tenham uma jornada de muito sucesso”, disse aos participantes do evento.
Por sua vez, Angela Mozena Moriwaki, diretora técnica de Saúde do GVE VII, alertou sobre a gravidade da situação. “O objetivo maior nosso hoje é de sensibilização. Sabemos que é difícil, mas é muito importante para o paciente, que sempre será nosso foco. O que detectamos é o alto número de óbitos na região. Tivemos pacientes sem atendimento adequado. Então, a Secretaria Estadual da Saúde pediu para que fizéssemos essa oficina de modo a aprimorar mais, sedimentar os conhecimentos. Então, mais uma vez, eu agradeço muito a vocês”, destacou.
Ainda na abertura, a enfermeira Keila Oliveira, do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde e Vigilância Epidemiológica de São Bernardo do Campo, resumiu o intuito do treinamento. “Este evento tem como objetivo capacitar profissionais de saúde para prevenção, controle e manejo clínico da dengue e outras arboviroses, promovendo conhecimento sobre as doenças”, disse. Ela também fez um alerta sobre os números de casos: “Em 2024, o Brasil passou pela maior epidemia de dengue da história. Foram mais de 6 milhões de casos confirmados da doença e mais de 6 mil óbitos. A dengue é um desafio em saúde pública, que exige o nosso compromisso em formação e trabalho conjunto”.
PALESTRAS
A primeira exposição foi da própria Keila, com o tema “Situação Epidemiológica das Arboviroses Urbanas”, em que explanou a epidemia histórica de dengue no Brasil e na região do ABC. A palestra também abordou a importância da notificação correta e da investigação de mortes suspeitas. Em seguida, subiu ao púlpito Akemi Guirelli, biomédica do Instituto Adolfo Lutz – Regional Santo André, que mostrou o trabalho “Vigilância Laboratorial das Arboviroses” e explicou os fluxos laboratoriais para diagnóstico, essenciais para agilizar o tratamento.
Terceiro palestrante, Robervânio Romeiro Damasceno, enfermeiro da Vigilância Epidemiológica de Mauá, tratou do tema “Manejo e Estadiamento Clínico das Arboviroses”, pelo qual detalhou as classificações da dengue de acordo com a gravidade do caso e os protocolos para cada uma dessas divisões. Para fechar, a médica infectologista Dra. Mônica Peduto Pecoraro Rodrigues, do GVE VII – Santo André, fez estudos de casos de três pacientes que contraíram dengue, em que foram apontadas falhas nos atendimentos. Analisando esses casos, falou sobre a importância de protocolos precisos para evitar complicações e mortes.
Com a troca de experiências, a expectativa é de que os municípios do ABC estejam mais fortalecidos para enfrentar os desafios das arboviroses, reduzindo não apenas os casos graves, mas também os óbitos evitáveis. Diante do cenário alarmante de dengue no País, o treinamento reforçou a importância da atuação rápida e coordenada entre os profissionais da Saúde.