Em resposta às novas exigências legais que entrarão em vigor neste ano, a Fundação do ABC promoveu um curso intensivo para profissionais dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerests) da região do ABC. O objetivo foi capacitá-los na identificação, análise e gestão de riscos psicossociais, como estresse, assédio moral e burnout, reforçando a atuação preventiva dos serviços públicos de saúde diante das transformações no ambiente laboral.
Conduzida pelo Dr. Amaury Machi Junior, engenheiro-chefe de Segurança do Trabalho da FUABC, a capacitação nos dias 23 e 24 de abril ocorreu no Auditório Heleny Guariba, no Paço Municipal de Santo André, em conformidade com as diretrizes da Portaria MTE nº 1.419/2024. Participaram profissionais dos Cerests de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema e Mauá.
O curso abordou metodologias validadas cientificamente, como o COPSOQ III e o HSE-IT, que auxiliam na avaliação sistemática desses riscos. Segundo Dr. Machi, a iniciativa visa fortalecer a atuação dos Cerests na fiscalização e orientação de empregadores e trabalhadores, contribuindo para ambientes laborais mais saudáveis. “Essa formação permite que os profissionais se tornem multiplicadores, atuando com maior embasamento técnico na promoção da saúde mental no trabalho”, destacou.
A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que entra em vigor em 26 de maio de 2025, reforça a necessidade de incluir os riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) das empresas. O curso, portanto, surge como uma resposta às novas exigências legais, preparando os Cerests para auxiliar na conscientização dessas medidas.
Além dos profissionais dos Cerests, participaram integrantes do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) da Prefeitura de Santo André. A iniciativa faz parte de uma parceria entre a Fundação do ABC e os Cerests da região, que desde o ano passado vem promovendo formações na área de Saúde e Segurança do Trabalhador.
Os Cerests desempenham um papel fundamental na assistência a trabalhadores com doenças ou agravos relacionados ao trabalho, além de atuar na vigilância das condições laborais em conjunto com a Vigilância Sanitária. A capacitação reforça a importância desses centros como agentes de transformação na saúde pública, garantindo que os dados epidemiológicos sejam utilizados para embasar políticas e negociações sindicais.
Ao final do curso, Dr. Machi agradeceu o engajamento dos participantes e reafirmou o compromisso da Fundação do ABC em avançar na prevenção e no enfrentamento dos riscos psicossociais. “Seguimos juntos na construção de ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis”, concluiu.
