Logomarca mantém cores que simbolizam cursos ligados à Saúde e a representação gráfica das três cidades do ABC. Foto: Divulgação/FMABC
Logomarca mantém cores que simbolizam cursos ligados à Saúde e a representação gráfica das três cidades do ABC. Foto: Divulgação/FMABC

O Dia Mundial da Psoríase, celebrado em 29 de outubro, chama atenção para uma doença inflamatória crônica que atinge milhões de pessoas em todo o mundo e impacta diretamente a qualidade de vida dos pacientes. A data tem como objetivo conscientizar sobre os sinais, sintomas e opções de tratamento, além de combater o preconceito ainda existente em torno da condição.

A psoríase é uma doença imunomediada caracterizada pela aceleração do ciclo de renovação das células da pele, o que provoca lesões avermelhadas e descamativas, geralmente em áreas como couro cabeludo, cotovelos, joelhos e região lombar. Embora não seja contagiosa, a enfermidade pode gerar desconforto físico e emocional, exigindo acompanhamento médico contínuo.

Em Santo André, o Centro Universitário FMABC é referência no atendimento a pacientes com psoríase. O Ambulatório de Psoríase conta atualmente com cerca de 700 pacientes cadastrados, que recebem atendimento gratuito, orientação sobre autocuidado e acompanhamento com equipe multiprofissional.

Além da assistência, o ambulatório também desempenha papel importante na pesquisa científica, participando de estudos clínicos que avaliam novos medicamentos e abordagens terapêuticas. Essas pesquisas ajudam a ampliar o conhecimento sobre a doença e contribuem para o desenvolvimento de tratamentos cada vez mais eficazes e seguros.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a psoríase afeta cerca de 2% da população mundial. No Brasil, estima-se que mais de 5 milhões de pessoas convivam com o problema em diferentes graus de intensidade. As causas exatas ainda não são totalmente conhecidas, mas fatores genéticos, imunológicos e ambientais, como estresse, infecções, uso de determinados medicamentos e clima frio, podem desencadear ou agravar as crises.

Os tratamentos variam conforme o tipo e a gravidade das lesões, podendo incluir terapias com pomadas e cremes, fototerapia, medicamentos sistêmicos e, em casos mais complexos, terapias biológicas, que agem diretamente no sistema imunológico e oferecem maior controle e conforto ao paciente. O acompanhamento com dermatologista é essencial para definir a melhor abordagem individual.

A dermatologista Luiza Keiko Oyafuso, coordenadora do Ambulatório de Psoríase da FMABC, destaca a importância da atenção integral ao paciente. “O acompanhamento multidisciplinar é essencial, porque a doença afeta a qualidade de vida e pode trazer problemas relacionados ao trabalho, como ausências por conta das crises. Além disso, o aspecto nutricional também é importante, pois o sobrepeso, por exemplo, agrava o quadro inflamatório”, explica.

Ela também reforça que a informação é uma das principais aliadas no enfrentamento da doença. “Existem concepções erradas, como a ideia de que a psoríase é transmissível ou que só aparece após um trauma psicológico. Hoje sabemos que se trata de uma doença imunomediada inflamatória, com causas multifatoriais e que requer tratamento individualizado e contínuo”, complementa a dermatologista.

Andreia Castanheiro Costa, dermatologista que também integra a equipe médica do Ambulatório de Psoríase, lembra que o tratamento deve ser mantido ao longo da vida. “O acompanhamento é contínuo por se tratar de uma doença crônica, mas a frequência das consultas depende de como está o paciente”, explica.

A médica ressalta ainda que, apesar dos avanços, a conscientização sobre a psoríase ainda enfrenta desafios. “A conscientização sobre psoríase tem aumentado, mas ainda existem preconceitos. Há uma ideia equivocada de que não existem tratamentos que funcionam. Hoje temos terapias mais eficazes e mais seguras. Também há uma noção mentirosa de que essa doença só atinge pessoas de pele branca, mas ela pode afetar qualquer pessoa, ainda mais em um país multirracial como o nosso”, reforça.