Fotos: Eric Romero

As escolas da rede municipal de São Caetano têm ampliado, ao longo de todo o ano letivo, as ações de combate ao racismo e de valorização da história e cultura afro-brasileira e indígena. Essas práticas estão sendo fortalecidas por meio do eixo de Educação Afro-brasileira e Indígena, braço estruturante do NAEI (Núcleo de Apoio à Educação Inclusiva), que desde 2025 passou por uma reorganização profunda para transformar o tema em política pública e prática pedagógica permanente – não apenas em atividades pontuais de novembro, mês da Consciência Negra.

Uma das unidades escolares que desenvolvem ações perenes de conscientização é a EMEF Senador Fláquer, no Bairro Fundação. A escola estruturou um conjunto de atividades contínuas envolvendo estudantes de diferentes faixas etárias. As práticas trabalharam conceitos de racismo, antirracismo, representatividade e fake news, além do estudo de personalidades negras históricas e contemporâneas — inclusive no campo das ciências, tecnologia e literatura.

A escola desenvolveu rodas de conversa, debates guiados e reflexões no âmbito das atividades socioemocionais. A orientadora educacional Gisele Manini explica que o objetivo é consolidar uma cultura de diálogo e enfrentamento ao racismo. “Trabalhamos o que é racismo, o que é antirracismo, e também o chamado racismo recreativo, que infelizmente ainda aparece nas escolas. Precisamos conversar abertamente para desconstruir essas práticas”, afirma.

As aulas envolveram diferentes componentes curriculares, como História, Artes e Língua Portuguesa, garantindo que o debate sobre desigualdades e referências negras aparecesse de forma integrada. “A escola precisa levar esse assunto às famílias. Os alunos entendem que não é tolerável ‘brincadeira’ que machuca. O letramento racial é parte do processo educativo”, completa a orientadora.

As estudantes Raíssa dos Santos (9º C) e Mariana Santos (6º A) relatam como o projeto impactou a turma. “Aprendemos muito. É um tema necessário e que não se fala tanto quanto deveria. Para combater o racismo, precisamos de estudo e base, e isso começa na escola”, diz Raíssa. Mariana reforça a importância da educação na prevenção: “O racismo machuca profundamente. Na escola aprendemos como reagir e como reconhecer situações que antes passavam despercebidas. Tem que falar disso o ano inteiro.”

A equipe da EMEF Senador Fláquer também contou com apoio direto do NAEI para orientar decisões pedagógicas e condução de situações sensíveis. “Em vários momentos recorri ao eixo para ter a melhor conduta e garantir que as ações fossem assertivas. Esse acompanhamento faz toda a diferença”, destaca Gisele.

Além da EMEF Senador Fláquer, várias outras escolas da rede trabalharam o tema de combate ao racismo, entre elas EMEF Maria Teresinha Dario Fiorotti, EMEF Prof Decio Machado Gaia, EMEI Antonio de Oliveira, EMEF Anacleto Campanella, EMEF Professor Rosalvito Cobra, EMEF Professor Vicente Bastos, EMEF Oswaldo Samuel Massei, EMEF Bartolomeu Bueno da Silva, EMEF Arquiteto Oscar Niemeyer, EMEF Bartolomeu Bueno da Silva e EMEF Dom Benedito Paulo Alves de Souza.