Em 8 de setembro é comemorado o Dia Mundial da Fisioterapia, sendo uma área de destaque neste cenário da pandemia. O fisioterapeuta é um dos profissionais que compõe a equipe multidisciplinar no tratamento de pacientes com a Covid-19, e atua nas disfunções respiratórias causadas pela doença, já que tem papel essencial na manutenção e recuperação da função ventilatória por meio de cálculos e manobras que melhoram a troca gasosa.
Nos pacientes que desenvolvem a forma grave da Covid-19, a principal complicação é a disfunção respiratória, além de alterações neurológicas. “Diante disso, o fisioterapeuta se tornou essencial no serviço da área hospitalar, sendo obrigatória a presença nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) e nas enfermarias, permanecendo as 24 horas atuando como parte da equipe multidisciplinar”, destaca Patricia Improta, coordenadora do curso de Fisioterapia da Anhanguera Industrial.
Além disso, o fisioterapeuta trabalha também para a diminuição das sequelas devido as grandes complicações da Covid-19. Conforme explica Patricia, entre elas estão a diminuição da permanência do tempo em ventilação mecânica, do tempo de imobilização e retirada o mais rápido possível do leito. “Não só para os fisioterapeutas, mas para todos os profissionais da área de saúde, a Covid-19 está sendo um desafio, tanto no tratamento na fase crítica da patologia, como na reabilitação, devido as sequelas”, destaca o a docente da Anhanguera Industrial. Segundo o especialista, no pós-Covid, uma das principais queixas é a falta de ar, cansaço e fraqueza muscular a pequenos esforços.
“Diante dessa situação, o fisioterapeuta tem um papel essencial também na recuperação , agindo na reabilitação respiratória através de exercícios específicos para melhorar a capacidade funcional e ventilatória”, destaca Patrícia Improta.
Segundo a especialista, este profissional atua também na melhora da força e resistência da musculatura respiratória, bem como todo o corpo. “Para isso, trabalhamos com atividades aeróbicos e com utilização de grandes grupos musculares”, explica.
E a tecnologia também é aliada neste momento. Segundo a coordenadora, a reabilitação pode acontecer de forma remota, visto que neste momento o isolamento é uma das principais indicações para diminuição de disseminação da Covid-19. “Porém, em casos de média complexidade e para os mais graves, é necessário que o fisioterapeuta faça uma avaliação presencial e continue orientando de forma remota”, destaca Patrícia.
Já em pacientes com sequelas leves, essa avaliação e orientação pode acontecer de forma remota desde início, complementa. “E como orientação, para domicílio, recomendamos realizar caminhadas leves e de pequenas distâncias, além de exercícios respiratórios”, orienta a especialista.
Confira as dicas da Patrícia para a realização de exercícios respiratórios que podem ser feitos em casa, para pacientes que tiveram a Covid-19, no pós-alta hospitalar:
• Exercite a respiração normal: inspire pelo nariz (puxe o ar) uma vez e expire pela boca (solte o ar) uma vez. Faça três séries de dez repetições, duas vezes ao dia (de manhã, após o café, e à noite, antes de dormir), com intervalo de um minuto entre as séries.
• Puxe o ar duas vezes pelo nariz sequencialmente, e solte-o pela boca da mesma forma. Faça duas séries de dez repetições, com intervalo de um minuto entre elas, de manhã e de noite.
• Amplie o exercício anterior: puxe o ar três vezes pelo nariz sequencialmente, e solte-o pela boca da mesma forma. Faça duas séries de dez repetições pela manhã e noite, com intervalo de um minuto entre elas.
• Para manter o ar por mais tempo nos pulmões, incentivando o aumento da ventilação, puxe o ar pela boca uma vez e o segure de cinco a dez segundos. Libere o ar de uma vez pela boca, na sequência, de forma rápida. Faça duas séries de dez repetições pela manhã e à noite, com intervalo de um minuto entre as séries.
• Para expandir a caixa torácica, puxe o ar pela boca uma vez enchendo bem o tórax, elevando os braços simultaneamente. Solte o ar lentamente, abaixando os braços. Faça duas séries de dez repetições pela manhã e à noite.
• Sente-se, segure uma bola plástica leve entre as mãos e estique os braços para a frente, formando um ângulo de 90 graus com seu corpo. Levante e desça a bola, sempre com o braço esticado, associando o movimento à respiração, puxando o ar pelo nariz e o soltando pela boca. Faça duas séries de dez repetições.
• Segurando a mesma bola entre as mãos e também sentado, estique os braços para a frente e dobre-os em direção ao tórax, sucessivas vezes e associando o movimento à respiração. Faça duas séries de dez repetições.
• Em posição deitada, de barriga para cima e com o corpo esticado totalmente, flexione uma das pernas deixando-a apoiada no chão e eleve a outra, contando até cinco. Faça duas séries de dez repetições associando o movimento à respiração, puxando o ar quando a perna sobe e soltando quando desce.
• Sentado em uma cadeira estável, encha bexigas lentamente.
• Caminhe dando passos em que o pé, desencoste totalmente do chão com leve inclinação, associando o movimento à respiração normal, puxando o ar pelo nariz e soltando pela boca.